quarta-feira, 16 de outubro de 2013

EDITORIAL DO JORNAL DE ANGOLA JUSTIFICA FIM DA PARCERIA ESTRATÉGICA COM PORTUGAL

A Nação é assim

16 de Outubro, 2013


O Presidente da República falou ontem aos deputados sobre o Estado da Nação. O discurso é um marco histórico na cena política, porque pela primeira vez José Eduardo dos Santos denuncia corajosamente as fontes das intrigas e calúnias que diariamente são lançadas para manchar a honra de altas figuras do Estado.

A chamada comunidade internacional exigiu que Angola enveredasse pela democracia representativa e pela economia de mercado.

Como os resultados não agradam, os subterrâneos da propaganda entram em acção. 
O Presidente José Eduardo dos Santos chama a estas campanhas, manobras de intimidação. Mas aconselha os angolanos a que não se deixem intimidar. Para muitas organizações ocidentais, um africano rico só pode ser corrupto. Mas têm que se habituar à realidade exposta pelo Chefe de Estado, revelada no discurso do Estado da Nação. Os empresários angolanos precisam de músculo financeiro. Angola precisa de uma classe que acumule capital. De resto, todo o mundo ocidental fez isso há muitos séculos e essa é a base do sistema que hoje está implantado no mundo. Por que haveríamos se ser nós diferentes? Não há igualdade de direitos?

Angola tem os seus ricos e todos esperamos que haja cada vez mais. Os fomentadores do sistema exigiram que Angola aderisse à economia de mercado. Aí está ela| Mas quem fez essa exigência tinha uma ideia: dominarem eles o mercado angolano e mandarem na nossa economia. Enganaram-se redondamente. Os angolanos comandam a economia e dominam o mercado. O Presidente José Eduardo dos Santos neste aspecto foi lapidar: as grandes empresas multinacionais que operam em Angola registam lucros de milhares de milhões todos os anos. E mesmo assim não querem a concorrência dos empresários angolanos.

Mais uma causa perdida. Já existem empresários angolanos com músculo financeiro para concorrerem em todos os domínios, com as grandes multinacionais. E como são angolanos, é natural que tenham direito de preferência em relação aos estrangeiros. Como não é nenhum escândalo se forem privilegiados nas relações comerciais e financeiras. Os representantes dos grandes interesses financeiros mundiais têm de se habituar a esta realidade. Em Angola ninguém troca matérias-primas estratégicas por espelhos e missangas. Muito menos por elogios enganadores.

Os representantes dos grandes interesses internacionais não querem a concorrência dos empresários angolanos, mas têm que ter paciência. Ela existe, está sempre presente. No desespero, aqueles que levam de Angola milhares de milhões de lucros todos os anos, mandam também os seus agentes lançar calúnias contra altas figuras do Estado. Isso não pode ser. Tudo isso é demasiado primário para ser levado a sério, mas como o problema existe, é preciso enfrentá-lo e combater as suas consequências nefastas.

O Presidente José Eduardo dos Santos não hesitou: e anunciou que é preciso ponderar a cooperação estratégica com Portugal, país onde são cozinhadas todas as campanhas contra a honra e o bom-nome de altas figuras do Estado. Os portugueses reconhecem que é impossível impedir o Ministério Público de violar gravemente o Segredo de Justiça. Se num país democrático, num Estado de Direito, os criminosos são impunes e podem caluniar e desonrar altas figuras do Estado Angolano, então não há condições para prosseguir uma parceria estratégica. Se em Portugal titulares do Poder Judicial podem violar o Segredo de Justiça para desonrar os nossos legítimos representantes, à boa maneira colonialista, então o melhor é os responsáveis políticos assumirem com coragem que Portugal não tem condições para se relacionar, de igual para igual, com Angola.

O Estado da Nação tem na paz e na estabilidade os seus pilares fundamentais. O Presidente da República aponta as mulheres e os jovens como as forças essenciais do país que estamos a construir. Está em construção uma “plataforma de diálogo” para salvaguardar os interesses da Nação.
Angola tem rumo e está no bom caminho. O FMI reviu em baixa o crescimento do PIB mundial, para 3,1 por cento. Os países emergentes (BRICS) estão num crescimento moderado. A União Europeia está a afundar-se cada vez mais na crise financeira. Os EUA ameaçam o sistema de bancarrota. E em Angola este quadro internacional fez estragos.

Os rendimentos do petróleo estão nos 5,6 por cento, muito abaixo dos 17,7 por cento previstos. Apesar deste quadro desfavorável o PIB vai crescer este ano 5,1 por cento. A consolidação fiscal está em marcha desde 2009. Os investimentos nas infra-estruturas e no Estado Social são gigantescos. A inflação nos oito primeiros meses deste ano ficou nos 5,38 por cento. Avança a diversificação da economia e até 2016 ficam concluídos todos os projectos de água e energia.
Tudo isto ajuda a aumentar a riqueza, mas também a combater a pobreza, o objectivo maior da Nação Angolana.É este o Estado da Nação.