“Nha ermons, no lanta!”
Quando chamávamos aqui atenção aos que eram escolhidos para o lugar na berlinda, alertando-lhes pela ilusão de que lhes tinha saído o “Euro milhões”, houve, na altura, muitos rumorejos, e ainda quem perguntasse quem nós julgávamos ser para falar daquela maneira. Nós sabíamos do que estávamos a dizer. Sabíamos do nível da consciência da política de muitos dos nossos concidadãos. Sabíamos que gatunagem, gabarolice, fanfarronice, mania de ser chico-espertos transformaram-se em predicados para muitos no nosso seio. Não têm outra visão que não seja misturar o exercício da função política com os seus negócios pessoais. E que nunca perdem oportunidade para dar o golpe ao erário público. São uma espécie de mocrorganismos perigosos que contribuem para minar a resistência da comunidade política nacional. Para essa gente, o patriotismo é puro romance… Os sacrifícios consentidos por homens e mulheres da nossa terra para que alcançássemos a nossa soberania, para eles, são esforços que não justificam, etc., etc… Pois, não sabem eles que o patriotismo não se esgota na defesa das fronteiras do Estado, mas também na salvaguarda de tudo que seja património coletivo de um povo.
Estamos a construir a ponte para “kambanssa”! O país pertence-nos a todos, de onde veio, então, esses tiques de batoteiro? É de reconhecer que nós não eramos assim… também é verdade que o chamado “liberalismo económico” que entrou nos anos noventa trouxe coisas boas e más. Aprendemos depressa e mal! Não estamos a discutir questões do ponto de vista ideológico aqui! O problema é de sabermos distinguir as águas: as “coisas públicas” das coisas relacionadas com o “empreendedorismo” individual e pessoal de cada um de nós. Quem se sentir vocacionado para negócios que largue o “leme da política”, porque serão essas pessoas, depois, os primeiros – quando são contestados dentro - a irem queixar-se aos seus patrões em Portugal, Angola e Cabo Verde, etc.. A gestão da “coisa pública” visa um único objetivo: criar as condições em todos os níveis para que a sociedade se prospere em liberdade. O gestor, enquanto árbitro não pode confundir-se com os jogadores ou apanha-bolas. Nem nas democracias liberais existem tais misturas. O caso do conselheiro do Primeiro-ministro, Djudju, citado pelo CEMGFA, António Injai, na sua crítica a postura política dos atuais membros do governo, é o exemplo dessa anarquia que algumas pessoas querem transformar em pratica corrente na gestão do património comum.