O Estado português não outorgou até hoje o estatuto do asilado político a Carlos Gomes Júnior e seus capangas.
Porquê?
Será que não é um direito que os assiste? Individualmente, enquanto pessoa humana, terão eles requerido o estatuto de asilado político ao Estado português? Os requisitos básicos exigidos por lei, definem que o requerente tem que provar que é perseguido ou gravemente ameaçado de perseguição, em consequência da sua atividade em favor da democracia, da libertação social e nacional, da paz entre os povos, da liberdade e dos direitos da pessoa humana.
Pois, como se vê, não devem ter conseguido provar nada disso! Por outro lado, acredito que o estatuto de asilado choque com a nacionalidade de alguns deles, caso, por exemplo, de Carlos Gomes Júnior, que não se sabe se é peixe ou se é carne.
É para o lado que o “vento” sopra e conforme lhe dê na real gana: ora português ora guineense… Descortinar esse fato é como procurar o sexo dos anjos! Não acredito que não se tenha sentido acossado, politicamente, a ponto de quererem requerer este estatuto, logo no princípio quando foi desterrado.
Para ele e seus capangas, tem sido mais vantajoso, o congelamento da referida iniciativa, visto que o próprio estatuto requer determinadas obrigações, que a seu jeito (e dos governos conservadores de Portugal, Angola e Cabo Verde) não estariam interessados a honrar, tais como a sujeição e - além dos deveres que lhe forem impostos pelo Direito Internacional – o cumprimento das disposições da legislação vigente nesta matéria em Portugal. O fato, por exemplo, de um asilado não poder sair do País sem prévia autorização do Governo, e a consequente renúncia do estatuto, caso ocorra a inobservância da lei por parte do observante.
É caso para dizer que o dinheiro não é o remédio para todas as mazelas. A situação agora está-lhes difícil. O dito-cujo que tem sido cabeça de cartaz, decidiu ficar-se pelo “controlo remoto”, manipulando a jogada à distância.
E como poderá manter esta posição, se o estatuto que tem gozado até aqui era apenas transitório? O maior receio de cadogo Jr não será em relação ao que lhe poderá acontecer no quadro das disputas políticas com a Guiné-Bissau.
A morte repentina do empresário Emanuel Spencer, de 47 anos de idade, em Cabo Verde, é um sinal claro de que a sua rede foi atingida. O senhor Spencer era uma espécie de saco azul do grupo exilado em Portugal, e não só. Agora aspira um estatuto que o resguarde. Ele sabe que está marcado pela rede da máfia que o tem apoiado até aqui.
Por isso, não deixa de ser ilusório pensar que uma eventual “ajustes de contas” poderá partir dos seus adversários políticos, porque se assim o desejassem, Cadogo Jr não escaparia no contragolpe de 12 de Abril de 2012. E hoje não transformaria em King Kong, de Portugal, Angola e Cabo Verde, a fazer romarias ao Conselho de Segurança ao colo de Paulo Portas, a mandar recados, a incitar à violência no meu país. Coisas que nem Luís Cabral ou Nino Vieira experimentaram contra a Guiné-Bissau, durante seus longos períodos de exilo em Portugal.