O Primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló, prometeu esta quinta-feira, 03 de agosto de 2017, que o governo que dirige está a trabalhar com os seus parceiros no sentido de fazer para breve um reajuste salarial para todos os funcionários públicos do país. O chefe do executivo guineense falava durante a cerimónia oficial da celebração do dia de mártires, que assinala o Massacre de Pindjiguiti, 03 de Agosto de 1959.
Na altura, cidadãos nativos da Guiné-Bissau, que trabalhavam no cais de Pindjiguiti, levantaram-se para denunciar precárias condições de trabalho e melhoria de condições laborais ao patronato, a então administração colonial portuguesa.
Perante à situação, os responsáveis das empresas recorreram à polícia colonial que reagiu violentamente contra os trabalhadores guineenses através de disparos de tiros e mataram 50 trabalhadores, incluindo alguns brancos.
Depois da independência, anualmente as organizações sindicais em colaboração com o executivo realizam eventos para homenagear os trabalhadores que perderam a vida naquele dia, bem como solidarizar-se com os que conseguiram sobreviver.
No entanto, este ano, as principais organizações sindicais, a UNTG e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes não tomaram parte oficialmente na cerimónia de homenagem aos mártires de Pindjiguiti em protesto contra o não cumprimento, por parte do executivo, do acordo de reajuste salarial, bem como em protesto contra a subida de preços dos produtos da primeira necessidade.
Presidindo a cerimónia de celebração do dia de Mártires de Pindjiguiti, Umaro Sissoco Embaló disse na sua intervenção que a Guiné-Bissau não é um país falhado, assegurando que é preciso apostar na busca do entendimento através de um diálogo franco entre todos os guineenses.
“Na próxima reunião do Conselho de Ministros, vamos instituir ‘Prêmio 03 de Agosto’ que será atribuída aos melhores funcionários ou os que se destacarem mais em termos de desempenhos das suas funções em cada ministério, mas também será estendido para empresários e jogadores, como forma de honrar os verdadeiros combatentes que fizeram com que hoje estamos aqui a lembrar desta data triste”, revelou o chefe de Governo.
O ministro da Função Pública, Reformas Administrativa, Tumane Baldé, informou na sua comunicação que o governo conseguiu liquidar quase 60 por cento das dívidas dos governos anteriores com a classe laboral guineense. Acrescentou ainda que o executivo liderado por General Umaro Sissoco Embaló, está determinado em trabalhar juntamente com todos os funcionários públicos, mantendo assim um clima de paz e construir um futuro risonho para a geração vindoura.
“Em nome do governo, quero pedir sindicatos da classe laboral guineense, paciência, colaboração e espírito de patriotismo, a fim de unirmos esforços para construir o país onde estamos a viver, fazendo uma reconciliação verdadeiraˮ, afiançou.
Para o presidente da Camará Municipal de Bissau, Baltazar Alves Cardoso, o legado dos Mártires de Pindjiguiti, deverá ser seguida para todos os guineenses em particular a nova geração na perspectiva da formação de espírito patriótico.
O Representante de Veteranos dos Mártires de Pindjiguiti, Valentim Sá da Silva, sublinhou que o líder imortal guineense, Amílcar Cabral, dizia que os marinheiros são primeiros combatentes da liberdade da pátria devido à capacidade que tiveram em memorizar e materializar as suas ideias, mas até agora, os marinheiros ou mártires continuam a enfrentar situação difíceis em termos salariais.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: Marcelo N’canha Na Ritche
Foto: Marcelo N’canha Na Ritche