Paris
- A Justiça francesa condenou nesta sexta-feira o ex-capitão ruandês Pascal
Simbikangwa a 25 anos de prisão por genocídio e crimes contra a humanidade,
numa decisão histórica nas vésperas do 20º aniversário do massacre de 1994.
O
ex-oficial da guarda presidencial, de 54 anos e paraplégico desde um acidente
sofrido em 1986, foi declarado culpado de genocídio e de cumplicidade em crimes
contra a humanidade, ao final de seis semanas de julgamento.
A
procuradoria pediu prisão perpétua contra um homem que descreveu como um
"genocida negacionista", acusado de ter incitado, organizado e
ajudado a cometer os massacres que deixaram 800 mil mortos entre Abril e Julho
de 1994.
Neste breve período, as milícias hutus massacraram principalmente membros da
etnia tutsi, mas também hutus moderados.
A
defesa pediu a absolvição de Simbikangwa, alegando falta de base da acusação e
a exploração de um julgamento "político", que visa a aproximar Paris
e Kigali após três anos de ruptura das relações diplomáticas, entre 2006 e
2009.
Durante
anos, as autoridades ruandesas tutsis acusaram a França de ter apoiado os
genocidas.
Pascal
Simbikangwa foi detido em Outubro de 2008 na ilha francesa de Mayotte, onde
vivia sob um nome falso há três anos. A justiça francesa negou-se a
extraditá-lo para Ruanda, como já havia feito em casos similares. Fonte: Aqui