Norberto Canha, académico português, afirmou que a doença “Filariose Linfática” é considerada como uma doença tropical negligenciada e atinge os países de clima tropical e subtropical nomeadamente países africanos, incluindo a Guiné-Bissau.
No país, por exemplo, a enfermidade regista-se com maior frequência no sector de Canchungo, região de Cacheu, norte do país, e nas ilhas do Arquipélago dos Bijagós.
O professor doutor Norberto Canha disse que na Guiné-Bissau a doença arrepia tanto os seus portadores que lhes chamaram “Catimbó”, criando assim uma dança com intuito de afastar o feitiço e sublimar o sofrimento dos infectados.
A doença “Filariose Linfática” conhecido com “Catimbó” é absorvida pelo mosquito Anófeles em forma infetante que ao picar para sugar o sangue a um novo doente vai, através da circulação linfática para os gânglios linfáticos, transformam-se em macros filarias macho e fêmea que copulam e periodicamente, drenam para a circulação que têm característica de aparecerem em grande quantidade no sangue circulante, durante a noite, informou Norberto Canha.
O investigador português explicou, no entanto, que o tratamento da doença, genericamente, deverá ser orientado para a melhoria das condições sanitárias básicas das populações e a desinfestação dos vectores, terapêutica médica. Acrescenta neste particular que os resultados obtidos em anteriores experiências são encorajadores que o levem a propor que esta terapêutica de fácil execução cirúrgica seja difundida para permitir que os cirurgiões guineenses possam estar em condições ou à altura de minimizar o sofrimento da população infectada pela doença.
“Propomos no nosso projeto, mais uma ação a realizar por um período de duas semanas, a fim de operar entre vinte e trinta doenças com “Filariose Linfática” e transmitir a terapêutica cirúrgica a médicos guineenses com experiência na área”, assinala Norberto Canha.
O investigador Norberto Canha esteve no país a prestar serviço militar em Bissau entre 1961 e 1963, operando inúmeros doentes de “Filariose Linfática”.
Segundo Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que no mundo cem milhões de pessoas estejam a lidar com essa terrível doença que atinge mais os países de clima tropical.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: AA & FFC