A área disponível para a agricultura deverá aumentar até final da campanha agrícola 2015-2016 na Guiné-Bissau, a par de um incremento da mecanização da atividade, prevê um relatório preliminar sobre a campanha em curso a que a Lusa teve acesso.
"A mecanização agrícola evoluiu substancialmente com a introdução de novos tratores e motocultivadores com acessórios", distribuídos pelo Governo e parceiros de desenvolvimento, refere-se no documento.
Consequentemente, "as áreas tratadas durante esta campanha vão aumentar", acrescenta-se, sem quantificar estimativas.
De acordo com o relatório, o Governo e parceiros distribuíram nesta campanha 250 motocultivadoras, 130 motobombas, 30 tratores completos para além de dezenas de outros acessórios, tais como pulverizadores e conjuntos de proteção pessoal.
A agricultura na Guiné-Bissau é feita na maior parte dos casos sem recurso a máquinas, o que limita a eficiência da atividade e a capacidade produtiva.
Quando chegam novos equipamentos, "as populações mostram-se muito interessadas", referiu à Lusa, Rui Fonseca, encarregado da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, sigla inglesa) em Bissau.
A questão que está em cima da mesa para discussão agora é "como gerir a manutenção dos equipamentos" e garantir o fornecimento de combustíveis -- um assunto em que o Governo e parceiros de desenvolvimento estão a trabalhar, prevendo-se uma comparticipação simbólica por parte da população.
Todo o material foi distribuído pelo país, cuja área de 36 mil metros quadrados corresponde sensivelmente ao sul de Portugal -- do rio Tejo até ao Algarve.
Apesar de tudo, os apoios "são inferiores às necessidades expressas pelos produtores", destaca-se no documento.
O relatório defende também que as autoridades devem fazer uma aposta "no equipamento a instalar num laboratório nacional" que sirva para "diagnosticar a qualidade de sementes antes da distribuição aos agricultores".
O relatório preliminar da campanha agrícola é elaborado todos os anos pela FAO, em conjunto com o Programa Alimentar Mundial (PAM), o governo guineense e o Comité Permanente Inter-estados de Luta Contra a Seca no Sahel (CILSS).
Esta última edição, dedicada à campanha 2015/16, foi feita com base em 74 inquéritos a explorações agrícolas de todo o país e visitas ao terreno entre 28 de setembro e 2 de outubro. Fonte: Noticias ao minuto