quinta-feira, 22 de outubro de 2015

ESTUDANTES CABO-VERDIANOS ESTÃO A SER ALICIADOS POR TRAFICANTES DE DROGA

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Patrício Varela, Director Nacional da Polícia Judiciária, acredita que jovens estudantes cabo-verdianos no estrangeiro estão a ser aliciados para servirem de correio de droga. “É uma realidade nova. Temos notícias de grupos criminosos que operam ao nível dos países da Costa Ocidental Africana que, nos últimos tempos, têm estado a recrutar estudantes que estudam no Brasil para fazerem o trabalho de correio de droga”, afirma Varela.

Não avançou números mas diz que é uma nova realidade que está a preocupar as autoridades nacionais: “há casos de recrutamento de estudantes cabo-verdianos no estrangeiro, mas não temos dados que permitam perceber se há um aumento progressivo”. Sobre o perfil desses estudantes, afirma que “o usual era usar os jovens, principalmente os que têm dificuldades económicas e financeiras, para irem ao estrangeiro, nomeadamente o Brasil, e trazerem drogas para Cabo Verde”. O Director Nacional da Polícia Judiciária disse que é preciso que toda a sociedade esteja atenta e, em particular, os pais.
 
Sabe-se que no mês passado um jovem de 23 anos foi detido no Aeroporto Nelson Mandela com 900 gramas de cocaína no estômago. O jovem que serviu de “mula de carga” encontra-se preso na Cadeia de São Martinho, ilha de Santiago, aguardando pelo julgamento. No passado, houve um ou outro caso envolvendo jovens cabo-verdianos no transporte de droga do Brasil, mas sempre surgiram como casos isolados. Nos anos 80 e 90, o transporte de cocaína do Brasil para Cabo Verde e depois para a Europa foi praticado pelas rabidantes. Muitas delas foram detidas e cumpriram penas de prisão. Depois disso, tornaram-se num alvo fácil para a Polícia e os traficantes procuraram outros grupos menos suspeitos para servirem de mula. O certo é que a detenção de rabidantes na posse de cocaína vinda do Brasil passou a ser algo esporádico.
 
Outro grupo utilizado, é o dos cidadãos da África Ocidental que, devido ao facto do país pertencer à CEDEAO podem entrar e sair do país sem visto. Este facto também alimenta o tráfico entre os dois países. Com este alerta da PJ, tudo indica que os traficantes estão a mudar de estratégia aliciando jovens estudantes. Fonte: NN

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