Apoiantes de Cellou Dalein Diallo, principal candidato da oposição
Alpha Condé venceu a controversa primeira volta das eleições de 11 de outubro na Guiné-Conacri, com maioria absoluta. O seu principal rival, Cellou Dalein Diallo, contesta resultados anunciados pela Comissão Eleitoral.
De acordo com a Comissão Nacional Eleitoral Independente (CENI), Alpha Condé continua a ser o Presidente da Guiné-Conacri. Venceu as presidenciais com 57,85% dos votos (2,2 milhões de votos) – um resultado que dispensa uma segunda ronda eleitoral.
"Aguardando-se a confirmação final dos resultados pelo Tribunal Constitucional, a CENI declara Alpha Condé eleito na primeira volta das eleições presidenciais", anunciou sábado (17.10) o diretor da Comissão Eleitoral, Bakary Fofana.
De acordo com a CENI, o principal candidato da oposição, Cellou Dalein Diallo, obteve 31,5% dos votos. A participação eleitoral rondou os 68% dos cerca de seis milhões de eleitores.
Oposição denuncia fraude
Ainda antes do anúncio dos resultados oficiais, a oposição denunciava já fraude eleitoral. Oito rivais de Alpha Condé acusam o Presidente da Guiné-Conacri de manipulação dos resultados e intimidação de eleitores.
Cellou Delein Diallo, candidato da União das Forças Democráticas da Guiné, recusou impugnar as eleições junto do Tribunal Constitucional do país, apelando antes aos seus apoiantes para se manifestarem nas ruas contra o que classificou como eleição "ilegal", contaminada pela "fraude generalizada".
"A eleição foi uma farsa, um erro gigante que se prolongou nos centros de contagem de votos", critica o candidato da oposição. "Não podemos aceitar esta votação. Queremos a eleição anulada e não aceitaremos o resultado".
Apelos à calma
A resposta da oposição levantou a expectativa de tensões políticas nos próximos dias. A Guiné-Conacri tem um histórico de violência pós-eleitoral, levando a comunidade internacional a apelar a todos os partidos que apresentem as suas queixas junto dos tribunais e não nas ruas.
Um apelo reforçado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Conacri, François Lonceny Fall. "Nada pode ser reconstruído no caos. Pedimos a todos que se mantenham calmos e não saiam à rua em protesto, porque isso não é uma solução. Pedimos a todos os atores políticos que dêem prioridade ao diálogo em vez da violência".
Os observadores da União Europeia (UE) apontaram sérios problemas de logística na eleição da semana passada, mas qualificaram o escrutínio como válido e legítimo.
Cerca de 12 pessoas morreram em confrontos antes das eleições de 11 de outubro, a segunda disputa presidencial desde que a Guiné-Conacri se tornou independente de França, em 1958. Em 2010, a eleição foi também disputada por Condé e Diallo, com a vitória de Condé na segunda volta. DW-África