Para dissipar todas as dúvidas sobre a escolha de Augusto Olivais em Conacry para cargo de Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau, o presidente da comissão da CEDEAO, Marcel Alain de Souza, o mediador Alpha Condé, DSP, Jiló Cipriano Cassamá e partidos arruaceiros devem apresentar provas dessa escolha, ou seja, devem apresentar um documento assinado por todos. Reclamar sem provas nem razão e fazer a politica de terra queimada é falta de responsabilidade e puro banditismo. Urge pôr cobro a situação, o país não pode nem deve ficar refém da máfia que apoia DSP.
Bissau - O ano na Guiné-Bissau foi dominado pela persistência de um impasse político relacionado com o cumprimento do Acordo de Conakry e pelo sucesso da campanha de caju, que impulsionou o crescimento económico, que deverá atingir os 5%, noticiou a Lusa.
O referido acordo foi assinado para ultrapassar a crise política no país, iniciada com a demissão de Domingos Simões Pereira do cargo de primeiro-ministro, depois do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) ter vencido as eleições legislativas de 2014.
O Acordo de Conakry foi patrocinado pela Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para mediar o impasse no país, agudizou a situação e dividiu ainda mais os actores políticos.
Se por um lado, o PAIGC e o presidente da comissão da CEDEAO, Marcel Alain de Souza, afirmam que o nome escolhido para primeiro-ministro em Conakry foi Augusto Olivais e que por isso o Acordo de Conakry ainda não foi cumprido, o Presidente guineense entende, por outro lado, que cumpriu o previsto ao nomear primeiro-ministro Umaro Sissoco Embaló, por reunir o apoio da maioria parlamentar.
Mas o parlamento não se reúne há cerca de dois anos e o Executivo de Umaro Sissoco Embaló governa há um ano sem programa de Governo e sem Orçamento do Estado aprovados.
A situação política na Guiné-Bissau tem dividido a sociedade guineense entre os que apoiam a decisão do Presidente, José Mário Vaz, e o Governo e os que se juntam às manifestações, quando autorizadas, do Colectivo de Partidos Políticos Democráticos, que exigem a demissão do executivo e o cumprimento do Acordo de Conakry.
A instabilidade política tem prejudicado o investimento externo e o desenvolvimento económico, mas mesmo assim o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou um crescimento real do Produto Interno Produto (PIB) para este ano de 5,5% e uma inflação de 2%, com previsões positivas para 2018.
A puxar pela economia guineense este ano esteve a campanha de caju, com o quilo a alcançar uma média de 1,5 euros.
O FMI tem deixado alertas para a necessidade de diversificação da economia, demasiado dependente da castanha de caju, e de uma aposta séria do sector agrícola e agro-industrial.
O Governo, através do ministro das Finanças, João Fadia, tem feito, segundo o FMI, "progressos consideráveis ao nível das reformas estruturais e foram cumpridas até Junho as metas e critérios exigidos no âmbito do Programa Alargado".
O Programa Alargado de Crédito, de 23,5 milhões de dólares (cerca de 21 milhões de euros), foi aprovado em Julho de 2015.
A última transferência no âmbito daquele programa ocorreu em Maio e teve o valor de 3,7 milhões de euros.
O Conselho de Administração do FMI deverá aprovar ainda este ano uma nova tranche, segundo o representante da instituição financeira Oscar Melhado.
No relatório sobre o desenvolvimento humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgado em Novembro, a Guiné-Bissau continua a ser considerado um dos países menos avançados do mundo.
Fonte: Lusa, em http://www.angop.ao