sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

SENEGAL: JULGAMENTO DE EDIL DE DAKAR ADIADO PARA 3 DE JANEIRO

Dakar, Senegal (PANA) - O julgamento do presidente da Câmara Municipal da capital senegalesa (Dakar), Khalifa Ababacar Sall, iniciado esta quinta-feira diante do Tribunal Correcional de grande instância de Dakar, foi adiado para 3 de janeiro próximo em audiência especial.

Sall é acusado de ter desviado fundos públicos estimados em cerca de um bilião e 800 milhões de francos CFA (um dólar equivale a cerca de 590 francos CFA) dos cofres da Câmara Municipal de Dakar que ele dirige desde 2009.


Os seus advogados, que pediram o adiamento, levantaram vários casos de nulidade, denunciando uma violação dos direitos da defesa.

Detido a 7 de março último, Sall está desde maio deste ano em prisão preventiva numa das cadeias da capital senegalesa com cinco dos seus colaboradores acusados de cumplicidade.

Foi ouvido várias vezes pelos investigadores da Divisão de Investigação Criminal (DIC) para se explicar sobre o uso dos fundos em causa, um caso político-judicial que mantém o país na expetativa desde o início.

Os seus advogados e os seus apoiantes denunciam uma perseguição política, acusando o poder de procurar desembaraçar-se dum opositor potencial ao chefe de Estado, Macky Sall, nas próximas presidenciais previstas para 2019.

Várias vezes ministro sob o regime do Presidente Abdou Diouf, Khalifa Sall é um dos principais dirigentes duma revolta contra o secretário-geral do Partido Socialista (PS, oposição), Ousmane Tanor Dieng.

Ele e os seus apoiantes reclamam pela saída do PS do campo presidencial, uma coligação de partidos que apoiaram a candidatura de Macky Sall durante a segunda volta das presidenciais de março de 2012 contra o Presidente cessante, Abdoulaye Wade.

Sall e os seus apoiantes fizeram campanha contra a nova Constituição proposta pelo Presidente Macky Sall durante um referendo de março de 2016.

De 61 anos, Sall apenas militou no PS do qual liderou o seu Movimento dos Alunos e Estudantes (MEES) e foi apresentado como o favorito à sucessão de Ousmane Tanor Dieng, que se comprometeu-se a deixar  a liderança do principal partido da oposição depois da sua derrota nas presidenciais de 2012.