O primeiro-ministro (PM) da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, defendeu que a saída para a crise política que o país vive há mais de dois anos será a realização de eleições legislativas.
À margem de uma visita à Radiodifusão Nacional (RDN, emissora estatal), Umaro Embaló afirmou que as eleições iriam levar a que se entregue o poder a quem o povo confiar.
«Há duas soluções: a realização de eleições ou o Presidente (da República) dissolver o Parlamento, o que também é extemporâneo e o próprio não quer essa solução», declarou o primeiro-ministro guineense.
Para Umaro Embaló, não havendo eleições, a crise vai continuar, independentemente de quem for primeiro-ministro.
«Mesmo que se nomeie (Augusto) Olivais, (João) Fádia ou se eu me mantiver no cargo, esta situação vai continuar», disse o chefe do Executivo, referindo-se a nomes de personalidades de quem se fala nos círculos políticos como um dos eventuais próximos primeiro-ministro.
Quanto à sua situação, disse não se sentir ameaçado no cargo por continuar a merecer a confiança do Presidente guineense e de vários deputados no Parlamento que, segundo afirmou, constituem a maioria.
Umaro Sissoco Embaló sublinhou que, por não ter sido eleito através do voto popular, no dia em que sentir que já não merece a confiança dos que os levaram ao poder, vai abandonar o cargo.
«Não sou pessoa para ser demitido. Eu mesmo saio pelos meus pés», defendeu Sissoco Embaló, para lembrar que várias figuras o antecederam no cargo de primeiro-ministro, pelo que, disse, não pode pretender ser «perpétuo».
Por fim, pediu ainda aos dirigentes do país para que dialoguem, «de forma séria e franca», para procurar soluções e não deixar que sejam as entidades estrangeiras a promover as conversações entre guineenses.
Sissoco Embaló frisou, aliás, que se sente envergonhado ao constatar que «países que nada podem ensinar aos guineenses estejam a apelar ao diálogo».
Fonte: Lusa, em https://www.abola.pt