quarta-feira, 27 de junho de 2018

ANGOLA: CERCA DE 10% DAS TRABALHADORAS DE SEXO VIVEM COM VIH/SIDA

Os dados foram revelados pelo secretário de Estado da saúde, José Manuel Vieira Dias da Cunha, na abertura do workshop “Apresentação da Estratégia Nacional de Prevenção, Cuidados e Tratamento das ITS/VIH-SIDA para Populações Chaves e Vulneráveis em Angola, 2018-2022”.

Segundo o responsável, pelo menos 10,5 porcento das mulheres trabalhadoras de sexo das províncias de Luanda, Benguela, Cabinda, Cunene e Bié vivem com HIV/Sida e, 2,6 por cento deste grupo vivem com sífilis activa, de acordo com dados do Inquérito Integrados comportamentais e Biológicos (IBBS).

De acordo ainda os resultados preliminares do inquérito, mostram uma prevalência de 7,8 por cento entre as trabalhadoras do sexo e de 2,4 por cento entre os homens que fazem sexo com homens.


De salientar que, a cada dia que passa, tem se registrado um aumento considerável da prostituição em Angola. Segundo uma matéria da Angola-Online, publicado no ano passado, aponta que
o município de Viana, em Luanda, tem se tornado em cartão portal da prostituição na capital.







Ramada uma antiga fabrica abandonada no coração da vila de Viana, é um dos locais mais procurados das noites vianenses.

Aqui encontra-se diversidade de mulheres, muitas delas vindas de países vizinhos, tal como contou, Mpanzo Paulo, agente de segurança, “grande parte das moças aqui são de nacionalidade angolana. Mas, já vi congolesas, cabo-verdianas, e também chinesas. É um negócio que rende muito dinheiro”, conta.

O cliente tem que pagar qualquer coisa como 1.200 à 1.300 kwanzas para ter um acto sexual normal, e se quiser ter relações sexuais completo deve pagar 2.200 à 2.300 kwanzas.

“Hoje tenho algumas pessoas que são de confiança, que sempre que solicitam e pagam bem, dando-me a possibilidade de pagar os meus estudos e sustentar os meus filhos”, conta Vanda, nome fictício de uma jovem de 24 anos, que diz que esta nesta vida a 3 anos.

Questionada se pensa um dia deixar este “emprego”, Vanda respondeu: “tudo que hoje tenho, foi graças a este trabalho e, futuro à Deus pertence”, disse caindo lágrimas.

Este é um retrato doloroso de como muitas meninas com idades compreendida entre os 16 à 35 anos, lutam para conseguir dar sustento as suas vidas. Trabalham todos os dias, sem direito a folgas e muito menos uma identidade patronal.

Redação /http://angola-online.net