A pressão sobre o Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, está a intensificar-se com vários apelos para que restabeleça a ordem ou se demita, depois da morte, durante o fim de semana, de mais de 200 pessoas.
Buhari foi eleito em 2015 com base na promessa de lutar conta a insegurança, em particular contra os milicianos do Boko Haram, cuja insurreição provocou mais de 20 mil mortos e cerca de 2,3 milhões de deslocados desde 2009 no nordeste do país.
A ameaça do Boko Haram, que continua a realizar ataques no nordeste do país, tem sido citada como causa das tensões crescentes. Mas os pastores, onde predominam os muçulmanos, perante os efeitos das alterações climáticas, são forçados a procurar pasto para os animais cada vez mais a sul, o que os conduz para áreas mais povoadas e agrícolas, o que motiva disputas pela terra e água.
Os confrontos entre pastores e agricultores, de maioria cristã, em resultado desta disputa por recursos, são um problema crescente no mais populoso país africano, que, em termos religiosos, está dividido, em partes quase iguais, entre muçulmanos no norte e cristãos no sul. Alguns registos apontam mesmo para o facto de estes confrontos provocarem mais vítimas do que a rebelião do Boko Haram.
A segurança é uma das principais questões com que se confronta Buhari, um muçulmano, antigo general e natural do norte do país, que ganhou o cargo numa transferência democrática de poder em 2015, quando se aproximam as eleições presidenciais de fevereiro de 2019.
Os pastores Peuls, uma etnia de fé muçulmana, são acusados da morte de cerca de mil pessoas desde o início de 2018, segundo uma organização norte-americana especializada em conflitos armados, chamada Armed Conflict Location and Event Data Project.
Ataques e represálias da autoria das milícias dos dois lados fizeram mais de 2.500 mortos em 2016, segundo um relatório recente do International Crisis Group, o que torna este conflito no mais mortífero do país, à frente do protagonizado pela Boko Haram.
Os últimos confrontos começaram quando 100 cabeças de gado foram roubadas e alguns pastores foram assassinados, afirmou o gabinete de Buhari na segunda-feira.
O presidente garantiu na terça-feira que “a sua administração tinha tido sucessos notáveis no setor da segurança”.
Mas tem de se constatar que o país, com 180 milhões de habitantes, confronta-se com numerosos conflitos e que a segurança deteriorou-se nos últimos três anos.
Em discurso divulgado hoje, e dirigido ao presidente, o governador do Estado do Planalto, Simon Lalong, lamentou “a perda dolorosa de mais de 200 pessoas”, mortas por membros presumidos da etnia peul, bem mais do que os 86 inicialmente avançados pelas forças da polícia local.
Estes ataques foram atribuídos a represálias pela morte de cinco Peuls, mortos por jovens da etnia Berom, que são agricultores cristãos.
Buhari rejeitou como “injustas” as acusações de não agir face à crise, que cristaliza todas as tensões do país, porque estava a apoiar os peuls e os muçulmanos, e mobilizou para a região militares e forças de segurança suplementares.
“Estas matanças foram longe demais”, considerou hoje o jornal local Business Day, apelando ao chefe de Estado para que se demita: “Se o presidente não pode garantir a segurança dos seus cidadãos (…), deve abandonar as suas funções”, escreveu o quotidiano. “Nesta situação, ele (Buhari) nem deve abordar o tema da sua reeleição”, acentuou.
Em junho, os parlamentares ameaçaram destituir Buhari.
As eleições legislativas e presidencial aproximam-se e muitos inquietam-se com a manipulação de grupos criminosos para fins políticos, bem como com os contornos étnicos e religiosos que o conflito está a assumir, cuja principal questão é a do acesso às terras férteis.
O rápido crescimento demográfico do país agravou a situação.
Buhari foi eleito em 2015 com base na promessa de lutar conta a insegurança, em particular contra os milicianos do Boko Haram, cuja insurreição provocou mais de 20 mil mortos e cerca de 2,3 milhões de deslocados desde 2009 no nordeste do país.
A ameaça do Boko Haram, que continua a realizar ataques no nordeste do país, tem sido citada como causa das tensões crescentes. Mas os pastores, onde predominam os muçulmanos, perante os efeitos das alterações climáticas, são forçados a procurar pasto para os animais cada vez mais a sul, o que os conduz para áreas mais povoadas e agrícolas, o que motiva disputas pela terra e água.
Os confrontos entre pastores e agricultores, de maioria cristã, em resultado desta disputa por recursos, são um problema crescente no mais populoso país africano, que, em termos religiosos, está dividido, em partes quase iguais, entre muçulmanos no norte e cristãos no sul. Alguns registos apontam mesmo para o facto de estes confrontos provocarem mais vítimas do que a rebelião do Boko Haram.
A segurança é uma das principais questões com que se confronta Buhari, um muçulmano, antigo general e natural do norte do país, que ganhou o cargo numa transferência democrática de poder em 2015, quando se aproximam as eleições presidenciais de fevereiro de 2019.
Os pastores Peuls, uma etnia de fé muçulmana, são acusados da morte de cerca de mil pessoas desde o início de 2018, segundo uma organização norte-americana especializada em conflitos armados, chamada Armed Conflict Location and Event Data Project.
Ataques e represálias da autoria das milícias dos dois lados fizeram mais de 2.500 mortos em 2016, segundo um relatório recente do International Crisis Group, o que torna este conflito no mais mortífero do país, à frente do protagonizado pela Boko Haram.
Os últimos confrontos começaram quando 100 cabeças de gado foram roubadas e alguns pastores foram assassinados, afirmou o gabinete de Buhari na segunda-feira.
O presidente garantiu na terça-feira que “a sua administração tinha tido sucessos notáveis no setor da segurança”.
Mas tem de se constatar que o país, com 180 milhões de habitantes, confronta-se com numerosos conflitos e que a segurança deteriorou-se nos últimos três anos.
Em discurso divulgado hoje, e dirigido ao presidente, o governador do Estado do Planalto, Simon Lalong, lamentou “a perda dolorosa de mais de 200 pessoas”, mortas por membros presumidos da etnia peul, bem mais do que os 86 inicialmente avançados pelas forças da polícia local.
Estes ataques foram atribuídos a represálias pela morte de cinco Peuls, mortos por jovens da etnia Berom, que são agricultores cristãos.
Buhari rejeitou como “injustas” as acusações de não agir face à crise, que cristaliza todas as tensões do país, porque estava a apoiar os peuls e os muçulmanos, e mobilizou para a região militares e forças de segurança suplementares.
“Estas matanças foram longe demais”, considerou hoje o jornal local Business Day, apelando ao chefe de Estado para que se demita: “Se o presidente não pode garantir a segurança dos seus cidadãos (…), deve abandonar as suas funções”, escreveu o quotidiano. “Nesta situação, ele (Buhari) nem deve abordar o tema da sua reeleição”, acentuou.
Em junho, os parlamentares ameaçaram destituir Buhari.
As eleições legislativas e presidencial aproximam-se e muitos inquietam-se com a manipulação de grupos criminosos para fins políticos, bem como com os contornos étnicos e religiosos que o conflito está a assumir, cuja principal questão é a do acesso às terras férteis.
O rápido crescimento demográfico do país agravou a situação.