Têm vindo a conhecimento público cada vez mais denúncias de casos de abuso e violação de crianças, um assunto que tem levantado muitas questões: ou tem aumentado o número de casos ou então as pessoas estão a perder o medo e a vergonha de denunciarem estes casos que marcam a vida de uma criança para sempre. Um problema grave que, segundo elementos da sociedade civil, se está a tornar num “flagelo”.
Em todas as ilhas, sobretudo na ilha do Sal, só este mês as autoridades judiciárias receberam quatro casos de detenção por abuso sexual de menor.
Esta quarta-feira, a PJ em nota de imprensa, dava conta da detenção de um homem de 33 anos que terá abusado sexualmente de duas menores de 10 e 13 anos, suspeito da prática de dois crimes de abuso sexual de menor com penetração e um crime de exibicionismo: ficou em Prisão Preventiva.
Em todos os casos, os indivíduos foram detidos fora de flagrante delito, em cumprimento de mandado do Ministério Público.
No primeiro caso, as vítimas, dois rapazes menores, um com 8 anos e outro com 11, segundo a PJ, sofreram abusos sexuais com penetração, praticados por um homem de 34 anos.
Três dias depois, no dia 8 de Junho, um homem de 41 anos foi detido e acusado de ter abusado sexualmente de uma criança de 8 anos, enquanto se dirigia à sua residência.
E o mais recente aconteceu na semana passada, onde uma menina de 12 anos era abusada sexualmente desde os seus 10 anos de forma agravada e continuada.
Uma situação por si só grave pelo que são necessários instrumentos de combate a esta epidemia. “São precisas mais informações, caso as que existam não estejam a funcionar ou então, mudar a forma de comunicar, é preciso mais prevenção com o envolvimento da família, educadores, entre outros, e também uma punição correcta, contrariando as diversas medidas de coacção aplicadas pelos tribunais nacionais, o famoso TIR (Termo de Identidade e Residência) que tem sido o mais usado nestes casos.
Manifestando preocupação sobre este assunto, o Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA), na ilha do Sal, promoveu esta quinta-feira, 28, uma passeata em jeito de protesto contra as diversas formas de violação dos Direitos das Crianças, para encerrar as actividades de Junho, mês da criança.
Manifestando preocupação nesse sentido, a delegada do ICCA na ilha, Queila Soares, disse que a situação é de lamentar, no entanto, considera que os casos de abuso e violação sexual de menores sempre existiram, mas admite que o surgimento de mais denúncias se deve à consciencialização das pessoas para a problemática.
“No Sal estamos a trabalhar arduamente no combate à problemática do abuso e exploração sexual, porque mexe e afecta o estilo de vida da criança, no presente e no futuro. Estamos focados na sensibilização e na prevenção desta problemática junto das crianças, educadores, professores… com toda a comunidade salense. Protejamos mais as nossas crianças, os nossos filhos”, disse à Inforpress.
Fonte: http://noticiasdonorte.publ.cv