Conakry
- Um relatório de um comité apresentado ao governo da Guiné Conakry recomendou
o cancelamento do direito concedido à Vale de explorar parte da maior reserva
de ferro do mundo, devido a um suposto escândalo de corrupção ocorrido antes de
a empresa brasileira obter a concessão de exploração de dois blocos.
A
mina de Simandou, no sudeste da Guiné Conakry, abriga grandes reservas de ferro,
incluindo dois blocos concedidos ao magnata israelita Beny Steinmetz em 2008.
Uma concessão de exploração foi concedida ao grupo BSGR, de Steinmetz, para os blocos Simandou 1 e 2, e um outro ficou com um consórcio internacional formado pelas empresas Rio Tinto, Chalco e SFI.
Uma concessão de exploração foi concedida ao grupo BSGR, de Steinmetz, para os blocos Simandou 1 e 2, e um outro ficou com um consórcio internacional formado pelas empresas Rio Tinto, Chalco e SFI.
A
BSGR investiu 170 milhões de dólares nessa licença de exploração na mina, a
maior reserva mundial de ferro ainda não explorada.
Em
Abril de 2010, a Vale pagou 2,5 bilhões de dólares por 51% da parte pertencente
ao empresário israelita - ou seja mais de 14 vezes seu valor inicial -, criando
uma sociedade baptizada VBG, para Vale BSGR Guiné.
O
Estado guineense, suspeitando do enorme excedente, abriu uma investigação, que
se estendeu para a Suíça e os Estados Unidos.
Desde que chegou ao poder, em Novembro de 2010, o primeiro presidente democraticamente eleito da Guiné Conakry, Alpha Condé, lançou investigações como parte de um plano de combate à corrupção e de retomada do controlo dos recursos naturais do país.
Desde que chegou ao poder, em Novembro de 2010, o primeiro presidente democraticamente eleito da Guiné Conakry, Alpha Condé, lançou investigações como parte de um plano de combate à corrupção e de retomada do controlo dos recursos naturais do país.
Num
relatório obtido nesta quinta-feira pela AFP, o Comité Técnico de Revisão de
Títulos e Convenções Mineiras (CTRTCM, governo) considera que "os títulos
e a convenção, hoje com a VBG, foram obtidos, para as jazidas de Simandou e
para as de Zogota (sudeste), por meio de práticas de corrupção".
O
CTRTCM afirma que, para conseguir a concessão de Simandou, a BSGR pagou, entre
2006 e 2010, por meio de intermediários, um total de oito milhões de dólares a
Mamadie Touré, esposa do presidente guineense Lansana Conté, que morreu no fim
de 2008.
De acordo com o relatório, Mamadie Touré admitiu ter recebido essa soma em dinheiro vivo e em acções da BSGR.
Com base nessas provas, o CTRTCM propõe "a retirada da permissão de pesquisa nos blocos 1 e 2 Simandou", além da "retirada da concessão mineira da zona chamada de Zogota" e a exclusão da sociedade VBG (Vale BSGR Guiné) do procedimento de reatribuição das concessões. Fonte: Aqui
De acordo com o relatório, Mamadie Touré admitiu ter recebido essa soma em dinheiro vivo e em acções da BSGR.
Com base nessas provas, o CTRTCM propõe "a retirada da permissão de pesquisa nos blocos 1 e 2 Simandou", além da "retirada da concessão mineira da zona chamada de Zogota" e a exclusão da sociedade VBG (Vale BSGR Guiné) do procedimento de reatribuição das concessões. Fonte: Aqui