O Parlamento guineense esteve hoje, 15 de junho, dividido quanto ao pedido de entrega da carta de acusação do Ministério Público contra Idelfrides Fernantes, enviado ao Cipriano Cassamá.
Na carta, o Ministério Público terá pedido, conforme as acusações, a retirada da imunidade ao Secretário de Estado das Comunidades, Idelfrides Fernandes, que acabou por ser detido no dia 4 deste mes e solto um dia depois mediante o pagamento de caução num caso suspeito de emissão de passaportes de serviço a cidadãos chineses.
Apesar de assunto em questão estar agendado para debate na próxima sessão parlamentar, em Julho, motivou esta segunda-feira a troca de opiniões entre os deputados.
Alguns parlamentares reclamaram o acesso ao teor do documento e outros defenderam que o assunto fosse mantido no segredo da justiça.
No entendimento do Cipriano Cassamá, Presidente do Parlamento guineense, será um “comportamento errado” a entrega do documento a todos parlamentares “por se tratar de um assunto confidencial”.
O chefe do parlamento guineense revelou, contudo, na mesma ocasição estar na posse do resultado das audições que solicitara às autoridades judiciais, por isso insiste na necessidade da não distribuição do “processo a todos os deputados”.
Na opinião do líder da bancada do PAIGC, Califa Seide, a avaliação do assunto deve ser da competência exclusiva da Comissão da Ética parlamentar que deve emitir um parecer sobre o documento. A opinião do Califa foi retomada por Paulino Té, deputado do Partido da Renovação Social (PRS).
Idelfrides Fernandes é suspeito num esquema de emissão de passaportes de serviço a cidadãos chineses e na sequência desse processo foi detido pela Polícia Judiciária a 4 deste mês a saída do Parlamento, onde supostamente se teria dirigido para negociar a imunidade. Mas um dia depois foi posto em liberdade mediante o pagamento de uma caução.
Idelfrides Fernandes foi eleito deputado da nação pela formação política no poder, o PAIGC, enquanto exercia o cargo do Secretário de Estado de Cooperação e Comunidades no governo de Transição. Depois da vitória do PAIGC nas legislativas de 2014, foi reconduzido no cargo.
Por: Filomeno Sambú