quarta-feira, 24 de junho de 2015

MAIS DE 11% DOS JOVENS DA ÁFRICA AUSTRAL ESTÃO INFETADOS COM HIV

 Um relatório da UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), apresentado esta terça-feira em Maputo, refere que, a nível da região austral de África, mais de 11% (cerca de 2,6 milhões) dos jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos estão contaminados pelo vírus do HIV.
 
O documento, que foi apresentado pela assessora regional dos assuntos ligados à saúde da UNESCO, Patrícia Machawira, anuncia ainda que, a nível da região austral e oriental de África, 50 jovens, no mínimo, são infetados por hora, o que representa cerca de 430 mil infeções por ano, na sua maioria afetando mulheres. 
 
Por outro lado, aos 17 anos, uma em cada cinco mulheres da região já é mãe, o que representa um risco significativo para a sua saúde, acrescentou Machawira.
 
A UNESCOl propõe, como solução, uma maior abrangência de um projeto seu, denominado Young People Today, que já vigora desde 2013,e que capacita os professores das escolas primárias e secundárias dos países da região em matéria de educação sexual e reprodutiva, como forma de evitar a propagação da doença e eliminar os tabus em volta dos temas ligados à sexualidade. «Há necessidade de capacitar os professores em matéria de saúde sexual e reprodutiva. Nos dois últimos anos, a UNESCO, com o apoio da Suécia, formou em Moçambique pelo menos 500 professores de diferentes instituições de ensino primário e secundário. Pretendemos continuar a formá-los, embora seja um pouco difícil, por causa das suas agendas fechadas – ou seja, eles têm pouco tempo para frequentar os centros de capacitação», explicou.
 
Mucheriwa adiantou ainda que uma outra análise paralela a esta, efetuada pela UNESCO, dá conta de que a maior parte dos jovens que contraem o vírus do HIV-SIDA estão desempregados e muitas vezes desocupados.
 
«Os desafios a nível regional são vários, e notamos que os jovens, com poucas ocupações, são mais vulneráveis à infeção», afirmou Mucheriwa.
 
O relatório levanta, igualmente, a problemática das barreiras culturais, apontando-as como sendo um dos fortes obstáculos para a transmissão de informações corretas sobre os métodos de contraceção e de controlo dos efeitos causados pelo HIV-SIDA. Fonte: Aqui