segunda-feira, 22 de junho de 2015

GUINÉ-BISSAU: TÉCNICOS DE SAÚDE QUEIXAM-SE DA FRACA COLABORAÇÃO DOS CIDADÃOS DA GUINÉ-CONACRI

Bissau – Os técnicos de saúde de Cuntabane, um posto da fronteira entre a Guiné-Bissau e a Guiné-Conacri, no sector de Quebo, região de Tombali, queixaram-se da fraca colaboração dos cidadãos no que respeita ao controlo e prevenção do ébola.
 
Esta preocupação foi manifestada no passado fim-de-semana, 20 e 21 de Junho, em exclusivo à PNN, pelo Responsável da Área Sanitária de Quebo, Panqueia Na Inpamtá, que sublinhou que os nativos deste país têm frequentemente este tipo de comportamento, particularmente no momento de realizar os cuidados de higiene e de determinar a temperatura corporal através de um termómetro.

«Não colaboram mas, graças às forças da ordem que temos perto de nós, são obrigados a submeter-se às normas de controlo», referiu.

Em Cuntabane a PNN registou, a 19 de Junho, que é às 17.45 horas deram entrada no território nacional 84 cidadãos da Guiné-Conacri, provenientes maioritariamente da região de Boke.

Sobre a temperatura verificada pela equipa em Cuntabane, um grande número de pessoas apresentavam-se com temperaturas entre os 36 e 37ºC, sendo que o valor máximo para considerar um individuo como um caso suspeito é de 38.5ºC.

Já no Ilhéu de Mel a situação foi diferente, conforme disse à PNN Sana Fati, enfermeiro colocado nesta localidade, tendo destacado múltiplas entradas de pessoas de várias nacionalidades com destino à Guiné-Bissau através deste posto.

«O trabalho é muito difícil porque recebemos as pessoas que chegam do Mali, Gâmbia, Senegal, Serra Leoa, assim como os cidadãos da Guiné-Conacri», revelou.

Neste sentido, Sana Fati apelou à colaboração com as autoridades sanitárias no controlo de pessoas que entram pelo interior do país, tendo citado como exemplo as pirogas que entraram no período da noite e no dia seguinte, o que torna já difícil o controlo», referiu.

Preocupado com esta realidade, Sana Fati classificou o comportamento dos habitantes do Ilhéu de Mel como sendo de alto risco, tendo em conta a elevada taxa de transmissão do ébola, cujos casos continuam a ser verificados em Conacri.

Com a iniciativa para melhor controlar a situação, o Governo guineense, através do Instituto Nacional de Saúde Pública (INASA), anunciou que vai aumentar de oito para 14 postos de controlo, na região de Tombali.

Em declarações à PNN, Plácido Cardoso, Presidente desta instituição, falou da necessidade deste acréscimo como forma de fazer face às entradas a partir de Camsar e Boké.

«Não podemos impedir as entradas das pessoas, o que temos que fazer é aumentar os nossos postos de controlo ao nível dos pontos de entrada e instalar o sistema de informação rápida», destacou.

A terminar, este responsável informou que até esta data a Guiné-Bissau não registou nenhum caso suspeito de ébola em todo o território nacional.

«Até aqui continuamos a gerir rumores e alertas ligados aos contactos entre os dois países sobre o caso do ébola», referiu Plácido Cardoso.
 
(c) PNN Portuguese News Network