quinta-feira, 18 de junho de 2015

MAIS "ESTADO DE GRAÇA"?

Agora virou boca de aluguer da máfia internacional?
 
"Paul Gomis" é o nome que gosta que lhe chamem em Bissau. “Paul Gomis” ou “Paulo Gomes”, para nós guineense é "igual ao litro". São detalhes culturais que não nos perturba. Mas, já as atitudes de "monsieur Paul Gomis” no que diz respeito a adaptação natural e espontâneo do nome na Guiné-Bissau roçam a intolerância. Quando esse miúdo se tornou funcionário do Banco Mundial, a arrogância subiu-lhe aos neurónios
 
Sente-se aborrecido por lhe chamarem, na Guiné-Bissau, de Paulo Gomes. Porquê? Fosse ou não por ironia do destino, quanto a mim, se não nasceu na nossa terra nunca deveria candidatar-se à Presidência da República. "Monsieur Paul" sempre demonstrou uma postura de sobranceria em relação aos guineenses. E deve achar que não sabemos das suas descaradas atitudes de preterência  de pedidos de emprego de guineenses, em seu gabinete no Banco Mundial, em favor de senegaleses ou francófonos. Se não não gosta dos guineenses o problema é seu, mau caro!
 
O "monsieur Paul” tem sido – já agora – dos políticos que se manifestam brutal carência cultural nacional. Isto para não dizer que faz parte do lote de políticos que sofrem de complexo cultural doentio. Aqueles que pensam que nasceram com réis na barriga. Ora, se todas essas características vieram à baila na última campanha eleitoral, a única coisa que parece não ter sido notado, na altura,  terá sido o facto de termos detectado também nele graves tiques ditatoriais ou antidemocráticos. De facto é assim: escondem as suas verdadeiras faces durante o namoro ou noivado e depois o casamento vira ilusão. 
 
Ontem, mostrou a sua veia antidemocrático, à saída da audiência com o Presidente da República, ao dizer: "Em muitos países fala-se sempre do famoso [período] de 90 dias de estado de graça para que o país possa avançar. [Na Guiné-Bissau] precisamos de, pelo menos, cinco anos” para “consolidar o que for possível”. Ai, será que não  aprendeu esta matemática em Boé? Então, “monsieur Paul” não sabe que o “Estado de Graça” a que refere, na Guiné-Bissau, já tem barbas, "disna tiru"? Quantas décadas de “Estado de Graça” são precisas para a governação do PAIGC, meio século? Já agora, será que o senhor consegue abstrair-se da figura do actual Primeiro-ministro e concentrar-se la legislatura que pertence inteiramente ao PAIGC? "Monsieur Paul", o senhor ofende os guineenses com os seus argumentos da idade da pedra, dos tempos do partido único, de totalitarismo e de intolerância política.
 
Reparem que na argumentação desses indivíduos procuram sempre fazer alusão à aprovação de outros países, a internacional (imperialista) em detrimento dos seus. Demonstram despreso por tudo que seja voto nacional. Basta terem a aprovação seja, por exemplo, do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional, da Comunidade de Países da Língua Portuguesa, etc., sentem-se como se fossem "profetas" no nosso seio, e começam a dar palpites, mesmo sem nunca terem inventado uma agulha que fosse.
 
Posso dizer que não nos surpreendeu, de todo, esta tomada de posição de “monsieur Paul”, visto que a sua ignorância vem do facto de ter sido afilhado do regime ninista e que sempre o levou ao colo, tendo em vista a cumplicidade ideológica (neocolonialista) do ex-Presidente da República com os progenitores de "monsieur Paul".