Na sua rubrica Reality Check (Verificar a Realidade, em tradução livre), o canal Al-Jazeera quis desfazer uma espécie de verdade que existe na cabeça de muitos milhões de pessoas: «África não é um país», diz-se, como ponto de partida.
Em apenas dois minutos, o jornalista Mehdi Hasan consegue expor e desmontar uma série de mitos. Começa por formular a seguinte pergunta: «Fala africano?». Explica em seguida que África tem 1,1 mil milhões de habitantes, divididos por 54 países, e que é um continente onde não há uma língua, mas sim perto de 2 mil.
De uma forma simples, e recorrendo sobretudo a infografias, a rubrica segue, mostrando que ao «continente escuro» surgem quase sempre associadas imagens de guerra, fome, doenças ou corrupção – mas que 22 prémios Nobel são de África, também, e de nove países diferentes.
Mehdi Assan explica em seguida que quatro das dez economias que mais rapidamente crescem em todo o mundo estão no continente africano: Moçambique, Costa do Marfim, RDC e Etiópia. O jornalista reconhece que há pobreza e subdesenvolvimento, mas mostra que em África está também o «reverso da moeda», com uma classe média emergente e mercados em acelerado crescimento.
Depois, surge uma comparação entre o metro de Nova Iorque e o de Adis Abeba. Perante as imagens, seria fácil concluir que o mais antigo, e mais «feio», seria o de África, mas passa-se precisamente o contrário (o metro de Adis Abeba começou a funcionar a 1 de outubro).
Assan desmistifica depois a dependência africana da ajuda externa, mostrando que apenas 20% do PIB do continente vem daí. E vai mais longe, explicando que em 2010 os africanos na diáspora enviaram, em remessas, 52 mil milhões de dólares para «casa», e que da ajuda internacional vieram apenas 43 mil milhões.
De seguida, na rubrica Reality Check aborda-se o papel das mulheres em África, lembrando que o continente já teve sete mulheres Presidentes (contra zero nos EUA, refere-se) e que o Ruanda tem a maior proporção de mulheres parlamentares do mundo (64%).
Para fechar, Assan faz uma boa abordagem sobre aquilo que acontece em África a cada 60 segundos. Mas, para a conhecer, o melhor será mesmo ver o vídeo até ao fim. Ver vídeo aqui.
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