Afirmação foi feita em discurso na Assembleia Geral pelo embaixador do país junto à ONU; João Soares da Gama disse que Guiné-Bissau está determinada a erguer um Estado viável.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O embaixador da Guiné-Bissau junto à ONU, João Soares da Gama, afirmou que seu país continua em busca de soluções para os problemas internos de várias ordens.
A declaração foi feita nesta sexta-feira durante pronunciamento no debate de alto nível da 70ª Assembleia Geral.
Situação Política
Soares da Gama disse que “a atual situação do país é ilustrativo da ainda frágil situação política”.
“Apesar da marca de instabilidade recorrente, nós as guineenses e os guineenses, nunca questionamos a viabilidade do nosso país, pois acreditamos na nossa capacidade de ultrapassar mais uma vez, este desafio, desde que o diálogo, o entendimento e a estabilidade façam parte do nosso dia a dia. Por isso, a nossa determinação é erguer um Estado viável, com que todos nós sonhamos, é e permanecerá sempre intacta.”
Segundo o embaixador, o governo está empenhado em relançar a economia do país rumo a novos desafios, como a Estratégia de Desenvolvimento 2015-2025 “Terra Ranka”, aprovada a nível nacional e também pela comunidade internacional.
Soares da Gama declarou que o plano enquadra-se dentro dos objetivos estabelecidos pela nova agenda de desenvolvimento sustentável.
Agenda 2030
Para o representante, a implementação da agenda 2030 vai contribuir não só para o desenvolvimento económico, social e ambiental da Guiné-Bissau, mas também na criação de condições para a paz e a estabilidade.
No discurso, o embaixador citou ainda a situação no Médio Oriente, a crise de refugiados e o continente africano.
Na sua opinião, as questões relativas à África continuam a dominar a agenda do Conselho de Segurança, albergando nove das 16 missões de manutenção da paz da ONU.
Reforma
O embaixador fez um apelo à uma reforma do Conselho de Segurança e pediu dois assentos permanentes para a região, que tem 54 países e também para Brasil, Índia, Japão e Alemanha.
“Reiteramos por isso aqui, o nosso incessante apelo à uma reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, porquanto estamos firmemente convencidos de que as razões que estiveram na origem da criação deste importante orgão, enquadram-se numa perspetiva histórica e não reflete a atual realidade política do mundo atual.”
Soares da Gama elogiou o restabelecimento das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba, pediu aos principais atores no processo de paz do conflito israelo-palestiniano que se inspirem nesse exemplo e saudou o acordo nuclear entre a comunidade internacional e o Irão.
O embaixador encerrou o discurso agradecendo a todos os parceiros de desenvolvimento e às Nações Unidas pelo acompanhamento da situação na Guiné-Bissau.