Mulher sofre de hematidrose. Há apenas 42 casos em todo o mundo.
Uma jovem italiana deixou os médicos da Universidade de Florença perplexos. A mulher, de 21 anos, recorreu à unidade hospitalar depois de três anos a suar sangue no rosto e nas palmas das mãos sem lesões cutâneas ou feridas nos mesmos.
De acordo com a doente, os sangramentos acontecem tanto quando pratica desporto como quando está a dormir. Os corrimentos duram entre um a cinco minutos e são mais intensos quando está sob stress.
Devido aos sangramentos inexplicáveis, a paciente isolou-se com vergonha, começou a ter ataques de pânico e está a passar por uma depressão.
O caso foi esta semana apresentado no Canadian Medical Association Journal pelos investigadores da Universidade de Florença. No início, os médicos suspeitaram que a italiana provocava os danos em si própria para chamar a atenção, mas a hipótese acabou por ser rapidamente descartada.
Uma análise detetou a presença de hemácias, direcionando o diagnóstico para a hematidrose, uma doença rara que faz as pessoas transpirarem sangue.
Não existe uma explicação definitiva para a origem do problema. Uma das hipóteses é que seria causada pelo perfuração de finas veias que passam pelas glândulas sudoríparas, mas existem relatos de sangramentos em regiões do corpo que não possuem essas glândulas.
A jovem italiana foi tratada com um medicamento para o controlo da hipertensão que ameniza os sintomas, mas não cura totalmente a doença.
Jacalyn Duffin, historiador na área da medicina e hematologista na Universidade de Queen, no Canadá, assumiu que estava cético em relação à existência da hematidrose, mas encontrou o relato de 42 casos espalhados pelo mundo, 18 deles diagnosticados nos últimos cinco anos.
Fonte: cm