Uma multidão enfurecida linchou, domingo, três líderes comunitários acusados de feitiçaria num dos povoados do posto administrativo de Chidzolomondo, distrito de Macanga, província de Tete.
Falando em conferência de imprensa havida hoje na cidade de Tete, a porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) para a província de Tete, Lurdes Ferreira, condenou vigorosamente o acto, advertindo que é crime fazer justiça com as próprias mãos.
“Estamos preocupados, porque os populares insurgiram-se e deslocaram-se às casas de três líderes comunitários, que não suportaram a fúria e acabaram por perder a vida“, explicou.
“Os nossos colegas de Macanga já detiveram três cidadãos indiciados de terem liderado o movimento popular, e ao mesmo tempo foi instaurado um processo-crime de homicídio voluntário“, acrescentou.
Segundo a porta-voz da PRM, a investigação em curso não permite revelar a identidade dos cidadãos detidos.
“Estamos a fazer um trabalho com vista a perceber melhor as reais motivações, mas as informações que temos indicam que os populares decidiram matar os seus chefes, presumivelmente, por serem feiticeiros“, explicou.
De acordo com a fonte, a PRM manifesta a sua preocupação com a ocorrência de actos desta natureza que, até num passado recente, eram pouco frequentes na província de Tete.
“Isso é coisa rara aqui em Tete ouvir dizer que populares lincham os seus líderes nas comunidades onde vivem. É difícil perceber isso, porque nas comunidades quem resolve os problemas são os chefes comunitários que agora estão a ser mortos“, lamentou.
“Apelamos para que os cidadãos tenham a cultura de denunciar os malfeitores para que a PRM tome as devidas medidas, porque as pessoas não devem fazer a justiça pelas próprias mãos“, disse.
AIM, em https://noticias.mmo.co.mz