O grupo manifesta o "desagrado pela falta de audição" por parte da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) dos partidos sem assento parlamentar.
Um grupo de 18 partidos sem assento parlamentar criticaram esta quinta-feira, em comunicado, a atuação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) no país.
No comunicado, o grupo manifesta o “desagrado pela falta de audição por parte da delegação da CEDEAO dos partidos sem assento parlamentar enquanto atores políticos e tentativa de envolver a sociedade civil em pleitos políticos”.
Uma missão ministerial da CEDEAO esteve no fim-de-semana passado em Bissau para avaliar a aplicação do cumprimento do Acordo de Conacri, instrumento patrocinado por aquela organização para ultrapassar o impasse político no país.
No final da missão, a CEDEAO manifestou “profunda preocupação” com a crise no país e salientou que o tempo pedido pelo chefe de Estado guineense, José Mário Vaz, para ultrapassar o impasse político não teve resultados.
“O Acordo de Conacri é um instrumento nacional e obriga apenas e só os seus subscritores e compete às entidades nacionais o seu enquadramento e aplicação”, salientam os partidos.
Os 18 partidos criticam também a conduta do PAIGC e do presidente da Assembleia Nacional Popular por “incentivarem a aplicação de sanções das entidades estrangeiras contra o país e o povo” guineense.
O grupo dos partidos sem assento parlamentar manifesta também apoio ao Presidente guineense e ao primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló.
O atual Governo da Guiné-Bissau não tem o apoio do partido que ganhou as eleições legislativas de 2014, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e o impasse político tem levado vários países e instituições internacionais a apelarem a um consenso para a aplicação do Acordo de Conacri.
O Acordo de Conacri prevê a formação de um governo consensual integrado por todos os partidos representados no parlamento e a nomeação de um primeiro-ministro de consenso e da confiança do chefe de Estado, entre outros pontos.