sexta-feira, 1 de junho de 2018

OPINIÃO

Por: Gaio Martins Batista Gomes, via facebook, obrigado irmão, estamos juntos.
 
44 Anos formalmente independente?

44 anos as famílias guineenses dependentes das divisas vindas da diáspora.

44 anos jovens dependendo de bolsa para o estrangeiro para ter uma formação de qualidade.

44 anos dependendo da emigração para poder ter uma casa decente.

44 Anos dependente de ajuda externa.

44 anos dependente da vontade dos militares.

44 anos dependente de política de políticos analfabetos.

44 anos dependente de produtos alimentares exportados.

44 anos dependente do sistema de saúde estrangeiros para poder garantir a saúde dos nossos governantes.

44 anos dependentes de da Comunidade Internacional para organizar eleições.

44 anos dependentes da estabilidade do PAIGC para que a Guiné-Bissau tenha PAZ.

É esta a Guiné-Bissau que o desenvolvimento parece uma miragem.


É por não virar a cara a luta pelo desenvolvimento da nossa pátria que venho solicitar que reflitamos da Guiné-Bissau de ontem.

A Guiné-Bissau que já foi considerado como um país com futuro, de homens corajosos e inteligentes. HOJE esse mesmo país é considerado por muitos como sendo um estado falhado, onde é evidente políticos com discursos enfeitados de paz e estabilidade que iludem a maioria.

Enquanto assistimos a falsa justiça que atinge a minoria dos criminosos.

Estas comparações deixam o coração daqueles que amam este país com lagrimas e revoltados, mas é exatamente em nome dos que amam esta nação que eu falo.

É por inúmeros intelectuais, religiosos e jovens que tem vindo a tomar consciência dos problemas críticos que enfrentamos na Guiné-Bissau, como as políticas desastrosas, má gestão dos recursos naturais, desrespeito pela vida humana, as dificuldades de grande número das populações, o abismo entre ricos e pobres…

Mas o problema é que há por aí muitos guineenses em terras dos colonizadores e outros na Guiné-Bissau, com contributos valiosos para dar, mas que deixam a responsabilidade de agir no terreno a uns quantos oportunistas, corruptos, indivíduos que vem a política como uma forma de enriquecer rapidamente, mesmo que isso tenha que resultar em 44 anos de atraso.

Mas, no entanto isto diz respeito a todos nós, somos todos responsáveis pelo fraco desenvolvimento que a Guiné-Bissau nos apresenta.
E como dizia alguém no facebook “um povo que elege corruptos, não é inocente, é cúmplice” e eu digo " um CIDADÃO que se alia a corruptos, não é inocente, é cúmplice ".

A democracia também é isso, todos nós devemos agir, cada um ao seu nível, mas devemos agir, cooperemos uns com os outros, discutamos os problemas de forma séria e não em altura de bebedeiras ou em momento de exibição.

Como dizia Martin Luther king “ o que me preocupa não é o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética… o que me preocupa é o silencio dos bons.”

Vamos procurar opinar nos fóruns próprios, incitemos os responsáveis a agir de maneira positiva, critiquemos firmemente as políticas desastrosas, mas principalmente discutamos.

Em todas as sociedades surgem pontos de vista contraditórios, mas isso é uma vantagem, quanto mais encontramos opiniões diferentes mais temos a ocasião de compreender os outros e de nos melhorarmos.

O sonho de Amílcar Cabral só será real quando aprendermos a escolher políticos que defendam os interesses nacionais, quando não aceitarmos fazer parte de partidos com lideres corruptos, quando aprendermos criticar e exigir o cumprimento das responsabilidades políticas, quando avaliarmos o passado de alguem antes de o apoiarmos, quando empreendermos a verdade e vergonha de ficar em silencio sem fazer nada, quando soubermos interpretar a celebre frase de Amílcar (para nascer a nação as etnias tem que acabar…).

A finalidade desta curtas linhas continua a ser a de “Criar Consciência e Critica” para uma Guiné-Bissau melhor, de forma ligeira e breve, mas de forma séria sincera sem partidarismo político e religioso, pois a Guiné-Bissau de hoje continua a exigir as reflexões de ontem mas com maior exigência e urgência.

Por isso peço que compreendam isto como a voz da “Consciência e Critica” de quem analisa o passado e opina sobre o futuro.

A transversidade, a dimensão deste tema e a disponibilidade do meu tempo livre impedem uma abordagem detalhada, mas de qualquer das formas espero não ter defraudado a expectativa dos que já me conhecem.

Aqui também desafio os produtores de " LIVE ", Armando Conté,
Gerrard Tidjane Ture, Leopold Sedar Domingos, Sali Mané, entre outros que de momento o nome me escapa, a dedicarem programas onde possamos dar o nosso CONTRIBUTO nas seguintes questões:

Que analise critica faz destes 44 anos de independência?

Qual o momento mais alto e mais baixo que vivemos nestes 44 anos?

Que modelo desenvolvimento entende que pode ser adequado para a Guiné-Bissau?

Como empregar jovens guineenses?

Este desafio também se alarga aos habituais criticos de artigos,
Abel Djassi, Carlos Sambu, Neusa Carina Sanha, Ussumane Grifom Camará, Lesmes Monteiro Torres Gemeos, Rainer Medina Silva, Salimo Mané, Filomeno Pina, Braima Darame, Saliatu Sali Costa, entre muitos outros que me escapam á memoria.

E também deixo todos á vontade para contrariarem o meu ponto de vista.
Aos jovens, apelo que intervenham e interajam nas políticas publicas, deem a sua opinião e promovam inovações sociais.

E lembrem-se que os indivíduos que querem o mal para a Guiné-Bissau, só querem que sejamos força de apoio para chegarem ao poder, eles só nos apoiam em fazer festas, desfiles, misses bumbum, jogos. Pois eles sabem que nessas actividades há um menor riscos de serem criticados e uma Grande probabilidade de receberem aplausos dos menos atentos as necessidades e prioridades da Guiné-Bissau e do seu povo.

Eles não estão interessado em apoiar debates de reflexão sobre estes anos de fraco desenvolvimento, por isso temos que ser nós a criamos estes debates, em casa, na escola, no trabalho, nas nossas organizações, nas redes sociais, em fim, em todos os cantinhos onde aja um ambiente para um contraditório sério e responsável.

Temos que criar movimentos de ruptura que acabem com esta crise de representação que atravessamos, ganhar o nosso espaço e não passarmos a mendigar oportunidades aos mais velhos ou utilizando a influencia dos nossos pais.

Ao mantermos o silêncio e a distancia da politica, estamos a criar condições para que os sem visões se adaptem ao sistema que esta á muito tempo montado, que não valoriza a capacidade e muito menos a formação.

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Gaio Martins Batista Gomes /