As estimativas variam de país para país, mas cerca de metade de todos os gastos com a saúde em África continuam a ser com medicamentos. Desta forma, os preços praticados pelas grandes indústrias farmacêuticas têm um enorme impacto sobre a capacidade dos serviços de saúde para salvar e proteger vidas.
De acordo com estatísticas oficiais do Quénia, o país gastou só no ano passado 450 milhões de dólares em medicamentos importados. Contudo, este valor podia ser muito mais baixo, não fossem as margens de lucro gigantes que a indústrias farmacêuticas ganham ao vender medicamentos para o continente africano. O custo de fabrico, geralmente, é baixo, mas os preços sobem com a distribuição e a produção em massa.
Tendo em conta este panorama, levanta-se a questão: como dar a volta à situação? Não é fácil. Cada mercado é um mercado. Ou seja, em cada país é concedida uma patente exclusiva sobre a venda dos medicamentos e durante um período de tempo estabelecido é possível estipular os preços de venda e as margens de lucro. No entanto, com o avançar da tecnologia e da ciência, quanto mais patentes forem desenvolvidas melhor. Passamos a explicar: quanto mais forem os avanços sobre uma determinada patologia, mais hipóteses há de haver mais medicamentos, incluindo genéricos, provocando assim uma maior concorrência no mercado e por sua vez uma queda nos preços.
Para as grandes indústrias mundiais, os genéricos são visto com maus olhos, já que impedem a margem de crescimento, assim como os lucros. Muitas das vezes, o que acontece é que se retardam as pesquisas sobre as doenças, para que os medicamentos mantenham os preços e não cheguem a toda população, como devia acontecer.
Atualmente a Organização Mundial do Comércio concede patentes farmacêuticas por 20 anos. Um exagero, de acordo com alguns especialistas da área, já que isto impede o acesso a novos medicamentos. Esta prática está a «minar» a saúde do continente, pois os genéricos e os medicamentos mais baratos podiam ter um alcance muito superior e assim ajudar a salvar mais vidas.
Esta questão tem levantado muitos conflitos nacionais e internacionais, com as opiniões a dividirem-se. Neste momento, a indústria farmacêutica tem uma reputação muito pobre no continente africano, já que compactua com o cartel que está instalado no continente. Fonte: Aqui