quinta-feira, 11 de junho de 2015

CHEFES DE ESTADOS AFRICANOS NA ÁFRICA DO SUL PARA CIMEIRA DA UA

Antonio Tété, embaixador da União Africana junto da ONU em Joanesburgo no Conselho executivo da UA a 11 de Junho de 2015
Cidade do Cabo, África do Sul (PANA) Mais de 50 chefes de Estado chegaram à África do Sul para participar na 25ª Cimeira da União Africana (UA) que inicia sexta-feira em Joanesburgo.

O Zimbabwe vai garantir a Presidência desta cimeira com o seu Presidente, Robert Mugabe, que terá uma agenda muito ocupada.

No centro desta agenda figuram a crise no Burundi, que será objeto de discussões por parte dos dirigentes africanos que tentarão encontrar uma solução ao impasse prevalecente neste país da África Oriental depois da decisão do Presidente burundês, Pierre Nkurunziza, de se candidatar para um terceiro mandato, apesar das disposições da Constituição que limitam o mandato presidencial a dois.

Os chefes de Estados africanos vão igualmente adotar uma posição firme em relação às atividades terroristas do Boko Haram na Nigéria e do grupo islamista Al-Shabaab, no Quénia, que mataram milheres de pessoas e causaram milhares de deslocados e destruições de propriedades nestes dois países.

Os chefes de Estados africanos, que se reunirão igualmente domingo e segunda-feira para a sua assembleia ordinária, vão abordar o estado de finalização da zona de livre troca continental, cuja instauração a UA deseja até 2017.

A Cimeira da União Africana organizada em 2012 em Addis Abeba sob o lema "Reforçar o Comércio Intra-africano" adotou um plano para a instauração da zona de livre troca continental daqui a 2017.

A zona de livre troca continental proposta seria uma componente chave da estratégia da União Africana para desenvolver o comérico na região em pelo menos 25 porcento ou 30 porcento durante a próxima década.

Um outro assunto da cimeira de 2015 da UA em Joanesburgo é a agenda 2063, que é uma abordagem que mostra como o continente deveria inspirar-se das lições do passado para aproveitar oportunidades disponíveis a curto, médio e longo prazo para realizar uma África próspera daqui a 2063.

Este ano vai marcar o centenário da criação da Organização da Unidade Africana (OUA), precursora na UA.

Um comité de dez membros nomeado pela União Africana para exercer pressões para uma reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas vai apresentar o relatório do seu trabalho durante esta cimeira em Joanesburgo.

A União Africana quer uma representação permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, alegando que o Conselho já não deve debater assuntos que abrangem o continente sem ser implicado.

O financiamento da UA será igualmente debatido durante esta cimeira numa altura em que a presidente da Comissão da União Africana, Nkosazana Dlamini Zuma, vai solicitar fundos suficientes da organização, cujos 54 países africanos ela acredita serem capazes de garantir.