O número de projetos com Investimento Direto Estrangeiro (IDE) em África diminuiu 8,4% em 2014, mas aumentou 136% em valor, para 128 mil milhões de dólares, segundo um relatório apresentado pela consultura Ernst & Young (EY).
«As tensões geopolíticas e o fraco crescimento económico levaram os projetos de IDE a cair 8,4%, mas continuaram acima dos níveis anteriores a 2008; no entanto, os investimentos de capital no continente aumentaram para 128 mil milhões de dólares, uma subida de136%», lê-se no relatório Africa Attractiveness survey (Inquérito sobre a Atratividade de África), divulgado pela consultora EY.
Segundo o documento, o IDE criou «188 400 novos empregos africanos, uma subida de 68%», e o investimento médio em cada projeto aumentou para 174,5 milhões de dólares, ao passo que em 2013 a média tinha sido 67,8 milhões de dólares.
No ano passado, afirma o relatório, «a parte de África no investimento de capital global e na criação de empregos bateu o recorde de sempre», e só a Ásia-Pacífico atraiu mais fundos para investimento do que África, ultrapassando a América do Norte, América Latina e a Europa Ocidental, «que historicamente atraíam mais IDE que África».
Moçambique é um dos países citados no relatório, revelando um aumento de 47,1% no número de projetos em 2014 face ao ano anterior: «O país teve 50 projetos de FDI em 2014, melhorando duas posições para se tornar o quinto maior recipiente de projetos em África», lê-se no relatório, que nota que «a promessa de grandes depósitos de gás natural colocou Moçambique no mapa de investimentos».
No documento explica-se que o país «é um dos poucos a ganhar uma parte equilibrada de projetos, fundos e empregos» e acrescenta que o setor dos serviços foi o que atraiu mais projetos, essencialmente à custa da entrada de três novos bancos no país, que abriram 16 agências.
A banca, aliás, beneficiou de 70% dos 27 projetos de IDE lançados por empresas portuguesas, que estiveram, considera o relatório, «particularmente ativas no ano passado», uma vez que mais que duplicaram o número de investimentos em África face ao ano anterior, com Moçambique a ser o principal destino destes investimentos do setor financeiro. Fonte: Aqui