segunda-feira, 5 de outubro de 2015

ALGUMAS CRIANÇAS AFRICANAS PROTEGIDAS DA MALÁRIA POR GENES

Um grupo de cientistas identificou certas variações genéticas especificas que protegem algumas crianças africanas do desenvolvimento de casos graves de malária. Os investigadores referiram que a descoberta vai impulsionar o combate à doença, responsável pela morte de 500 mil crianças por ano. 
 
No maior estudo do género já feito, os peritos afirmaram que a identificação de variações de ADN numa localização específica, ou locus, do genoma ajuda a explicar por que motivo algumas crianças desenvolvem os tipos mais graves de malária e outras não, em comunidades nas quais as pessoas estão constantemente expostas ao mosquito portador da doença.
 
Em alguns casos, disseram os cientistas, a presença de uma variação genética específica reduz quase pela metade o risco de uma criança morrer por causa da doença.
 
«Podemos agora dizer, inequivocamente, que as variações genéticas nesta região do genoma humano proporcionam uma forte proteção contra a malária grave em situações do mundo real, marcando a diferença entre se uma criança vive ou morre», explicou Dominic Kwiatkowski, professora no Centro para Genética Humana e no Instituto Sanger da Fundação Wellcome, e uma das investigadoras que lideram o projeto.
 
O trabalho foi conduzido pela MalariaGEN, uma rede internacional de cientistas de África, Ásia e outras regiões com incidência endémica de malária, em grande parte financiada pela Fundação Wellcome.
 
A malária matou cerca de 584 mil pessoas em 2013, de acordo com dados da OMS. Cerca de 90% das vítimas são crianças da África subsaariana com menos de 5 anos.
 
Para o estudo, os investigadores analisaram dados provenientes do Burkina Faso, dos Camarões, do Gana, do Quénia, do Malawi, do Mali, da Gâmbia e da Tanzânia, comparando o ADN de 5633 crianças com casos graves de malária com o ADN de 5919 crianças sem malária grave. Depois, os cientistas replicaram as suas principais descobertas noutras 14 mil crianças.
 
Ao publicarem o seu trabalho na revista científica Nature, os investigadores explicaram que o novo locus identificado se encontra perto de grupos de genes com códigos relacionados com a glicoforina, uma proteína ligada ao modo como o parasita da malária invade os glóbulos vermelhos. Fonte: Aqui