SAMBASSUGA STA NA NÔ METADI, NIN NADA KU LIMPU KA TEM LÁÁÁ

Compatriotas, não é difícil chegar a triste conclusão a que chegamos, nestes últimos meses de divergências palacianas na Guiné-Bissau. Há um provérbio que diz "Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és". O perfil político de qualquer responsável, tende a variar-se com a sua educação, meio socio-cultural envolvente, história, etc. Por isso se diz que é da nossa responsabilidade escrutinar, ao máximo, em cada etapa da nossa vida, os nossos representes. 

Estou a pensar no perfil incendiário do actual Presidente da Assembleia da República da Guiné-Bissau. Quem conheceu e viveu em Bula, na década de sessenta, não ficaria surpreendido com a actuação, hoje, de Cipriano Cassamá, filho de Nhu Sene Cassamá, morador dessa pequena cidade do interior norte do nosso país. É caso para dizer tal pai tal filho. Será que Cipriano Cassamá não terá herdado a postura de chibo dos seus progenitores? É nossa convicção, portanto, que pesa mais a educação que adquirira nesse tempo dos seus procriadores, do que o facto de ter sido politicamente beneficiado (cooptado) pela relação de concubinagem entre Nino Vieira  e sua falecida irmã. Cassamá exibe a postura de "pidista" como o seu falecido pai.

Quem não se recorda como foi morto seu pai Sene Cassamá na estrada de Kset? Tudo aconteceu nos anos setenta, antes da independência, em plena guerra colonial. Nhu Sene Cassamá fazia-se de agente duplo. Chibava para os tugas e para os guerrilheiros do PAIGC. Mas, acontece que depois os guerrilheiros começaram a sofrer contrariedades em combate contra os tugas e estavam desconfiados. Na busca da solução, resolveram capturar primeiro o senhor Milo Bichara Abib, filho do grande comerciante de origem libanesa Bichara Abib e um senhor, filho da terra, de nome Nponat na estrada de Kset, mas que imediatamente foram libertos pelos guerrilheiros.  De recordar que todos eles eram motoristas e carregavam mercadorias para o interior do país, inclusive, Nhu Sene Cassamá, pai de Cipriano Cassamá. E quando os guerrilheiros descobriram quem de facto informava os tugas sobre as suas posições, Nhu Sene Cassamá foi caçado na estrada de Kset e morto na estrada pelos combatentes do PAIGC.