Cerca de 5 milhões de eleitores da Guiné-Conacri serão chamados às urnas no domingo para escolher o Presidente do país, de entre oito candidatos, incluindo o chefe de Estado cessante, Alpha Condé.
O país, recorde-se, tem sido massacrado pela epidemia do ébola. Segundo os últimos dados da Organização Mundial de Saúde, 3805 pessoas foram infetadas e 2533 morreram. Apesar da redução do número de casos da doença nos últimos meses, a Guiné-Conacri ainda não conseguiu ser declarada livre do vírus, como aconteceu na vizinha Libéria, e o ébola foi um dos temas centrais da campanha para as presidenciais.
A oposição tem criticado a gestão do Presidente Condé, considerando que este não dedicou a atenção e a seriedade necessárias à luta contra a epidemia. «Condé não foi capaz de enfrentar a epidemia, pois não tem uma política sanitária eficaz e adequada», declarou o seu principal adversário, Cellou Dalein Diallo. «Temos duas calamidades na Guiné-Conacri: o Ébola e Alpha Condé», ironizou.
Diallo apelou aos guineenses para votarem em massa a 11 de outubro para afastar Condé e ganhar a batalha contra o ébola.
A epidemia, no entanto, não é o único tema de preocupação no país, onde mais de 50% da população vive abaixo do limiar da pobreza, apesar da riqueza em minerais como bauxite e alumina e em diamantes.
A educação, o desemprego, o acesso a água potável e a insegurança também preocupam os guineenses, que querem igualmente mais liberdade e democracia.
Nos últimos meses, a oposição tem realizado protestos para exigir reformas da lei eleitoral, de forma a garantir a organização de eleições livres e transparentes. As manifestações, pacíficas, foram reprimidas pelas forças de segurança, e registaram-se dezenas de mortos.
Se nenhum dos oito candidatos obtiver uma maioria absoluta dos votos, será convocada uma segunda volta, com os dois candidatos mais votados. Fonte: Aqui