sexta-feira, 21 de outubro de 2016

FRANÇA: FRANÇOIS HOLLANDE REVELA QUE ORDENOU QUATRO “ASSASSINATOS SELECTIVOS”

Com esta revelação, o TPI tem agora matéria suficiente para levar o Hollande a julgamento, mas como está ao serviço das potências ocidentais, entre as quais, França, Inglaterra, EUA etc, o Hollande não será julgado, continuará a matar.  

Outro ponto a reter: O presidente também dispara contra os futebolistas “sem referências, sem valores” que passaram de “rapazes mal educados a vedetas riquíssimas” e diz que a Federação Francesa deveria organizar “formações” tipo “musculação do cérebro” para os jogadores.

Bissau, 21 Out 16 (ANG)O presidente de França, François Hollande está a ser criticada por toda a gente, da extrema-direita à esquerda, dos magistrados aos futebolistas, pelas confidências que revela num livro polémico. 
 
A obra que deveria “salvar” a face de Hollande parece estar a “enterrá-lo” num mar de críticas.

Un président ne devrait pas dire ça” (Um presidente não deveria dizer isso…), livro escrito por dois jornalistas do Le Monde, Gérard Davet e Fabrice Lhomme, com base em conversas com Hollande, coloca o chefe de Estado de França no centro das críticas de todos os quadrantes políticos, da esquerda à direita.

As “balas” contra Hollande chegam até do ministro dos Negócios Estrangeiros de França, Jean-Marc Ayrault, considerado próximo de Hollande ou não tivesse sido seu primeiro-ministro entre 2012 e 2014.

“Um presidente não devia dizer isto… A resposta está no título, é a única coisa interessante do livro”, salienta Ayrault, citado pelo 20minutes.fr.

Este azedume todo justificar-se-á também porque Hollande fala de Ayrault no livro como alguém “tão leal que é inaudível” e que “faz o seu trabalho sem entusiasmo excessivo”.

O livro deveria ser uma espécie de “operação de resgate” do presidente francês, conforme aponta o jornal Le Figaro, nas vésperas das eleições presidenciais em que Hollande espera ser eleito para um segundo mandato.

O objectivo seria a “reconciliação” com a esquerda, mas as “confissões do chefe de Estado não param de provocar reacções hostis”, sustenta o diário francês.

Entre as revelações mais surpreendentes do livro, François Hollande revela ter “decidido, pelo menos, quatro assassinatos selectivos“, pretensamente de terroristas jihadistas, destaca o Le Figaro, realçando que terão sido feitos ao abrigo das chamadas “Operações Homo” (sendo “homo” de homicidas).

A direita critica a revelação de um segredo militar e o líder do Partido de Esquerda, Jean-Luc Mélenchon, fala em actos passíveis de serem julgados no Tribunal Penal Internacional, de acordo com o 20minutes.fr.

E ninguém considera válida a defesa de Hollande que diz que “outros presidentes fizeram o mesmo” – talvez por nunca o terem assumido num livro.

Os incómodos com a obra estendem-se à Frente Nacional de Marine Le Pen e especialmente pela ideia de Hollande de que “a mulher com véu de hoje em dia, será a Marianne de amanhã”.

Marianne é a figura simbólica da República Francesa e o partido de extrema-direita não gostou da comparação e nem a contextualização feita pelo presidente no livro alivia o desconforto.

“De uma certa maneira, se lhe oferecermos as condições para o seu florescimento, ela libertar-se-á do seu véu e tornar-se-á uma francesa, continuando a ser religiosa se o quiser ser”, afiança Hollande na obra onde assume ainda que o Islão da França é “um problema” por “exigir locais, reconhecimentos”.

Outra das confidências do presidente francês que está a causar desconforto, mas mais à esquerda, é a ideia de que há demasiados imigrantes, princípio contrário àquilo que o presidente socialista tem defendido publicamente.

“Há demasiadas chegadas, imigração que não devia acontecer”, aponta Hollande que fala ainda da necessidade de “um acto de liquidação”, de um “hara-kiri” para o Partido Socialista.

Ele diz que gostaria de acabar com o partido que já dirigiu para criar um novo partido progressista, um dado que deixou a actual direcção socialista em fúria.

Mas as revelações de Hollande também incomodam na Grécia, já que revela no livro que o governo de Alexis Tsipras terá pedido a Vladimir Putin para “imprimir dracmas na Rússia porque eles já não tinham impressoras para o fazerem”, referindo-se à moeda grega antes da passagem ao Euro.

Das 61 conversas que os dois jornalistas autores da obra tiveram com Hollande, conforme adianta o 20minutes.fr, saltam ainda as críticas aos magistrados, acusados por Hollande de “cobardia” e de fazerem “o jogo das virtudes”.

O Conselho Superior da Magistratura de França já reagiu com desagrado, considerando que são declarações “perigosas e injustas”, conforme cita o Le Figaro, e Hollande foi forçado a escrever um pedido de desculpas.

O presidente também dispara contra os futebolistas “sem referências, sem valores” que passaram de “rapazes mal educados a vedetas riquíssimas” e diz que a Federação Francesa deveria organizar “formações” tipo “musculação do cérebro” para os jogadores.

Diz o Le Figaro que as palavras até tiraram do sério o pacato Zinédine Zidane!

Ninguém sabe como reagiu Nicolas Sarkozy, o antecessor de Hollande na presidência de França e possível rival na corrida ao próximo mandato no Eliseu, que é descrito como “um coelho Duracell, sempre em vias de se agitar”, obcecado pelo dinheiro. dominado pelo “cinismo”.

A política francesa está assim, em polvorosa com estas “declarações surpreendentes”, “revelações incríveis” e “segredos bolorentos”, como refere a editora do livro no seu site, realçando que “nunca um Presidente da República tinha sido empurrado a entregar-se a este ponto”.
ANG/SV/ZAP