segunda-feira, 17 de outubro de 2016

ACORDO INTRIGUISTA

Parece que estamos a cavar o perigo sem dar conta. O perigo começa no facto de termos realizado uma Cimeira fora do nosso país, criando implicações de fora para dentro do nosso território nacional. Quer queiramos quer não, o Presidente Apha Condé passou a representar "interesses" que pretendem imiscuir-se politicamente no nosso país. Outros dirão que a iniciativa foi da CEDEAO, portanto, dentro do quadro da sub-região, por isso legitimo. Mas, no nosso ponto de vista, a situação política nacional, não justifica a romaria que se fez a Conacri, que serve apenas para gastar as balas do que poderá vir a acontecer no futuro.

Há também outras questões que se colocam a esse Acordo Intriguista, que é o facto tentar legitimar o derrube do actual governo liderado por Baciro Djá. O Governo actual é legítimo e conta com um apoio parlamentar de maioria dos deputados. Perante este cenário político, os opositores do actual Primeiro-ministro não estão interessados em agendar sequer uma sessão parlamentar para tirar "prova dos noves". Porque sabem que perderiam. Essa oposição é liderada actualmente no parlamento pelo seu presidente, Cipriano Cassama, instigado pelo DSP. Por isso concordamos com a ideia de que o grande objectivo da Cimeira de Conacri, a bem da democracia, deveria ser o de dissuadir o presidente da ANP a convocar, de imediato, uma sessão extraordinária para o efeito. 
 
O maior foco hoje em dia tem sido o derrube do actual governo. O que vai ao encontro com a ideia de vingança pessoal de DSP em relação ao Baciro Djá. Essa oposição permitiu já lançar nomes dos potenciais primeiros-ministro de um futuro governo. Está ainda a pairar as ideias de inclusão de Ranmos-Horta. Entre os possíveis nomes para Primeiro-ministro: Umaru Cissoko. É conhecido na infância por Umaru Oredja. Indivíduo que nem chegou a concluir o liceu. Tipo caloteiro, bem falante e uma espécie de acompanhante dos presidentes dos países da sub-região. Acumulou algum pé-de-meia com que alicia os incautos. Não será que com a colocação desta proposta de Cissoko não significa que desconhecemos a nossa origem e não sabemos para onde havemos de seguir? Mesmo em situação de Transição é um nome que não acolhe. Seria mais um a reedição de Primeiro-ministro importado do estrangeiro.
Sem temor às chantagens políticas da dita comunidade internacional, os anónimos lançam um aviso à navegação: a nomeação de Umaru Cissoko a cargo de Primeiro-ministro na Guiné-Bissau, estarão reunidas as condições para golpe de estado.