Luanda – Um capitão das Forças Armadas Angolanas (FAA), oriundo da Casa Militar da Presidência da República, Yuri António Bula Agapito, terá agredido e ameaçado de morte a uma funcionária da sua empresa (denominada Nayurgap) por ela recusar – inúmeras vezes – o seu pedido de namoro. Em outras palavras, o patrão pediu namoro a empregada e ela recusou. Agora quer lhe tirar o bem mais precioso, a vida.
Fonte: Club-k.net
O facto ocorreu no pretérito dia 12 de Outubro do corrente ano, nas instalações (arrendadas) da referida empresa – que presta serviço em algumas empresas petrolíferas, dentre as quais a BP Angola – sita no Lar Patriota, município de Belas, em Luanda, foi testemunhada por demais funcionários que conseguiram impedir que o pior acontecesse. “Mato-te e te enterro aqui”, disse o efectivo das FAA a ela.
Agora a vítima, Euclésia Mateus, que ostentava o cargo de assistente principal de Marketing e desenvolvimento de negócio naquela instituição, teme pela sua vida, uma vez que o capitão Agatipo persiste com as ameaças de morte. “Fui obrigada abandonar a minha casa na Vila Estoril e refugiar-me a casa do meu pai por temer que ele me mate”, disse a vítima chocada com a situação.
A jovem – que é noivada – garantiu ao Club K que o mesmo [capitão Agapito] garantiu-lhe só irá descansar quando lhe tirar a vida. “Sr. Agapito diz que eu lhe humilhei por não ter aceite namorar com ele, por isso vai mesmo me matar”, ressaltou.
A par isso, segundo Euclésia Mateus, este assegurou-lhe que irá mover toda sua influência para tirar o emprego seu progenitor. “Ele promete que vai fazer de tudo para que o meu pai – que me arranjou este emprego de problema – seja despedido do seu emprego no Ministério de Agricultura em forma de retaliação”.
Como tudo começo
Euclésia Mateus contou ao Club K que conhece o antigo Adido Auxiliar de Defesa para área financeira da Embaixada da República de Angola em Portugal, já em alguns anos. “Ele já vem a me conquistar há muito tempo. Quando lhe conheci ele não tinha onde cair morto. Ele era amigo do meu irmão e frequentava a nossa casa, por este motivo houve vezes que a minha família lhe apoiou com alimentos para não morrer a fome”, revelou.
Com o passar do tempo, a jovem deixou de se comunicar com o seu algoz (que posteriormente contraiu matrimónio) e prosseguiu com a sua vida tranquilamente. Por razão alheia da sua vontade, fruto da crise que económica que vive o país, o destino voltou a colocar-lhe novamente ao seu caminho.
No intuito de que a fixação que o capitão Agapito (que garante que ninguém lhe toca por trabalhar directamente com o general Kopelipa) havia passado, Euclésia Mateus, depois do encontro mantido entre o seu algoz e o seu progenitor, concordou em trabalhar na empresa Nayurgap, propriedade de Yuri Agapito, e tudo recomeçou.
Dois dias depois ter começado a trabalhar naquela empresa, o capitão Yuri Agapito enviou-lhe a seguinte mensagem: “Hoje sou teu anjinho da guarda estou no portão dos teus sonhos para garantir que sonhos contudo de bom e impedir que algo te perturbe linda e deslumbrante rainha minha meu eterno amor”. Fim de citação.
Após ter lido o teor da mensagem, a mesma preferiu em não responder, porque segundo ela, acreditava que fosse um engano. Mas só que no dia seguinte voltou a receber a segunda mensagem que dizia “Hoje acordei a pensar em ti queria gritar bem alto ao mundo o qdo estou perdidamente apaixonado por ti, mas como tu és meu mundo digo te baixinho que te quero muito minha linda e deslumbrante rainha”.
Depois destas duas primeiras mensagens, o “ngombiri” voltou a enviar a terceira, quarta e assim sucessivamente durante o tempo em que a vítima esteve a trabalhar naquela empresa, supostamente financiada por Isabel dos Santos, PCA da Sonangol, como o capitão Agatipo faz questão de afirmar publicamente diante dos seus funcionários.
Não satisfeito com as respostas, o capitão Agapito – que na maior parte das vezes vai trabalhar fardado na sua empresa, como se tratasse de uma unidade militar – mudou o “modus operandi” de actuação e passou a enviar a jovem imagens indecentes. “Como lhe ignorava nas mensagens escritas que me enviava via WhatsApp, enviou-me uma imagem dele sem camisola. No dia seguinte enviou-me uma imagem pornográfica e por fim a enviou-me duas imagens do seu pénis recto”, denunciou constrangidamente.
De acordo com a nossa fonte, nestas imagens impróprias o “maníaco sexual” escreveu os seguintes dizeres: “estou a falar contigo a te imaginar já estou bem teso. Minha rainha so pra me deixar louco sua bruxinha… veja bem o material que vais lhe dar com ele amanha”. Fim de citação.
Boatos
Boatos
Insatisfeito das suas tentativas de assédio, este efectivo das Forças Armadas Angolanas começou a espalhar boatos juntos aos demais funcionários da sua empresa, alegando que a vítima tem estado a lhe assediar, enviando para ele inúmeras imagens pornográficas. “Ele espalho na empresa que eu estou a implorar-lhe para namorar comigo”, disse.
Com o fito de se defender, Euclésia Mateus mostrou aos seus colegas as mensagens escritas e fotográficas que tem vindo a recepcionar o seu super hierárquico. “Os colegas ficaram de boquiabertos”, adiantou, acrescentando que um deles confessou-me que o mesmo [Agapito] já tem vindo a fazer este tipo de assédios as outras funcionárias. Algumas acabaram por aceitar por causa do emprego, outras recusaram e foram despedidas por justa causa.
Processo-crime
Depois das agressões (físicas e psicológicas) que a mesma sofrera diante dos meus colegas no dia 16 de Outubro, a jovem decidiu levar o caso junto das autoridades competentes no sentido de salvaguardar a sua integridade moral e física. A vítima espera que o caso chegue a tribunal, para exigir o seu salário e uma indemnização pelos danos causados.
“Com o apoiou da minha família, apresentei uma queixa-crime junto a a direcção nacional do Serviço de Investigação Criminal no sentido de preservar a minha integridade física e moral. Porque já estou cansada das suas ofensas e ameaças de morte”, rematou.