sábado, 22 de outubro de 2016

ANGOLA: CAPITÃO DAS FAA AMEAÇA MATAR SUA FUNCIONÁRIA POR ESTA RECUSAR DE NAMORAR COM ELE

 
LuandaUm capitão das Forças Armadas Angolanas (FAA), oriundo da Casa Militar da Presidência da República, Yuri António Bula Agapito, terá agredido e ameaçado de morte a uma funcionária da sua empresa (denominada Nayurgap) por ela recusar – inúmeras vezes – o seu pedido de namoro. Em outras palavras, o patrão pediu namoro a empregada e ela recusou. Agora quer lhe tirar o bem mais precioso, a vida.
 
Fonte: Club-k.net
 
O facto ocorreu no pretérito dia 12 de Outubro do corrente ano, nas instalações (arrendadas) da referida empresa – que presta serviço em algumas empresas petrolíferas, dentre as quais a BP Angola – sita no Lar Patriota, município de Belas, em Luanda, foi testemunhada por demais funcionários que conseguiram impedir que o pior acontecesse. “Mato-te e te enterro aqui”, disse o efectivo das FAA a ela.

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Agora a vítima, Euclésia Mateus, que ostentava o cargo de assistente principal de Marketing e desenvolvimento de negócio naquela instituição, teme pela sua vida, uma vez que o capitão Agatipo persiste com as ameaças de morte. “Fui obrigada abandonar a minha casa na Vila Estoril e refugiar-me a casa do meu pai por temer que ele me mate”, disse a vítima chocada com a situação.
 
A jovem – que é noivada – garantiu ao Club K que o mesmo [capitão Agapito] garantiu-lhe só irá descansar quando lhe tirar a vida. “Sr. Agapito diz que eu lhe humilhei por não ter aceite namorar com ele, por isso vai mesmo me matar”, ressaltou.
 
A par isso, segundo Euclésia Mateus, este assegurou-lhe que irá mover toda sua influência para tirar o emprego seu progenitor. “Ele promete que vai fazer de tudo para que o meu pai – que me arranjou este emprego de problema – seja despedido do seu emprego no Ministério de Agricultura em forma de retaliação”.
 
Como tudo começo
 
Euclésia Mateus contou ao Club K que conhece o antigo Adido Auxiliar de Defesa para área financeira da Embaixada da República de Angola em Portugal, já em alguns anos. “Ele já vem a me conquistar há muito tempo. Quando lhe conheci ele não tinha onde cair morto. Ele era amigo do meu irmão e frequentava a nossa casa, por este motivo houve vezes que a minha família lhe apoiou com alimentos para não morrer a fome”, revelou.
 
Com o passar do tempo, a jovem deixou de se comunicar com o seu algoz (que posteriormente contraiu matrimónio) e prosseguiu com a sua vida tranquilamente. Por razão alheia da sua vontade, fruto da crise que económica que vive o país, o destino voltou a colocar-lhe novamente ao seu caminho.
 
No intuito de que a fixação que o capitão Agapito (que garante que ninguém lhe toca por trabalhar directamente com o general Kopelipa) havia passado, Euclésia Mateus, depois do encontro mantido entre o seu algoz e o seu progenitor, concordou em trabalhar na empresa Nayurgap, propriedade de Yuri Agapito, e tudo recomeçou.
 
Dois dias depois ter começado a trabalhar naquela empresa, o capitão Yuri Agapito enviou-lhe a seguinte mensagem: “Hoje sou teu anjinho da guarda estou no portão dos teus sonhos para garantir que sonhos contudo de bom e impedir que algo te perturbe linda e deslumbrante rainha minha meu eterno amor”. Fim de citação.
 
Após ter lido o teor da mensagem, a mesma preferiu em não responder, porque segundo ela, acreditava que fosse um engano. Mas só que no dia seguinte voltou a receber a segunda mensagem que dizia “Hoje acordei a pensar em ti queria gritar bem alto ao mundo o qdo estou perdidamente apaixonado por ti, mas como tu és meu mundo digo te baixinho que te quero muito minha linda e deslumbrante rainha”.
 
Depois destas duas primeiras mensagens, o “ngombiri” voltou a enviar a terceira, quarta e assim sucessivamente durante o tempo em que a vítima esteve a trabalhar naquela empresa, supostamente financiada por Isabel dos Santos, PCA da Sonangol, como o capitão Agatipo faz questão de afirmar publicamente diante dos seus funcionários.
 
Não satisfeito com as respostas, o capitão Agapito – que na maior parte das vezes vai trabalhar fardado na sua empresa, como se tratasse de uma unidade militar – mudou o “modus operandi” de actuação e passou a enviar a jovem imagens indecentes. “Como lhe ignorava nas mensagens escritas que me enviava via WhatsApp, enviou-me uma imagem dele sem camisola. No dia seguinte enviou-me uma imagem pornográfica e por fim a enviou-me duas imagens do seu pénis recto”, denunciou constrangidamente.
 
De acordo com a nossa fonte, nestas imagens impróprias o “maníaco sexual” escreveu os seguintes dizeres: “estou a falar contigo a te imaginar já estou bem teso. Minha rainha so pra me deixar louco sua bruxinha… veja bem o material que vais lhe dar com ele amanha”. Fim de citação.

Boatos
 
Insatisfeito das suas tentativas de assédio, este efectivo das Forças Armadas Angolanas começou a espalhar boatos juntos aos demais funcionários da sua empresa, alegando que a vítima tem estado a lhe assediar, enviando para ele inúmeras imagens pornográficas. “Ele espalho na empresa que eu estou a implorar-lhe para namorar comigo”, disse.
 
Com o fito de se defender, Euclésia Mateus mostrou aos seus colegas as mensagens escritas e fotográficas que tem vindo a recepcionar o seu super hierárquico. “Os colegas ficaram de boquiabertos”, adiantou, acrescentando que um deles confessou-me que o mesmo [Agapito] já tem vindo a fazer este tipo de assédios as outras funcionárias. Algumas acabaram por aceitar por causa do emprego, outras recusaram e foram despedidas por justa causa.
 
Processo-crime
 
Depois das agressões (físicas e psicológicas) que a mesma sofrera diante dos meus colegas no dia 16 de Outubro, a jovem decidiu levar o caso junto das autoridades competentes no sentido de salvaguardar a sua integridade moral e física. A vítima espera que o caso chegue a tribunal, para exigir o seu salário e uma indemnização pelos danos causados.
 
“Com o apoiou da minha família, apresentei uma queixa-crime junto a a direcção nacional do Serviço de Investigação Criminal no sentido de preservar a minha integridade física e moral. Porque já estou cansada das suas ofensas e ameaças de morte”, rematou.