Os Chefes de Estado e do Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), manifestaram hoje, 17 de dezembro 2016, a profunda preocupação com a contínua crise política e institucional que se regista na Guiné-Bissau, devido aquilo que consideram da “incapacidade dos políticos para se chegarem a acordo sobre uma solução de consenso sustentável”.
A indignação dos Chefes de Estado da CEDEAO consta no comunicado final da reunião que decorreu na capital nigeriana, Abuja. A conferência reuniu 11 Chefes de Estados, designadamente: Alassane OUATTARA, Presidente da República de Costa de Marfim; John Dramani MAHAMA, Presidente da República de Gana; Prof. Alpha CONDE, Presidente da República da Guinée-Conakry, José Mário VAZ, Presidente da República da Guiné-Bissau; Ellen JOHNSON-SIRLEAF, Presidente da República de Libéria; Ibrahim Boubacar KEITA, Presidente da República do Mali; Mahamadou ISSOUFOU, Presidente da Republica de Níger; Muhammadu Buhari, Presidente da República Federal da Nigéria; Macky SALL, Presidente da República do Senegal; Ernest Bai KOROMA, Presidente da República de Serra Leoa; Faure Essozimna GNASSINGBE, Presidente da República de Togo; Aurelien A. AGBENONCI, Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional de Benin; entre outros.
Participaram ainda nesta cimeira o representante do Secretário-geral das Nações Unidas para a África Ocidental, Mohamed Ibn Chambas, o Chefe do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau, Modibo Touré, assim como os representantes da Presidente da Comissão da União Africana e da Comissão da UEMOA no país.
Relativamente à situação do impasse político no país, Chefes de Estados instaram o Presidente guineense e os atores signatários a respeitarem as disposições do Acordo de Conacri.
Ressalvaram ainda no comunicado final que a crise põe em risco a implementação dos compromissos assumidos em mesa redonda de Genebra em março 2015, pelos parceiros de desenvolvimento.
Segundo o comunicado, os Chefes de Estado e do Governo instruíram a Comissão da CEDEAO a prestar apoio técnico para a implementação do Acordo de Conakry. Contudo, saudaram novamente a não interferência dos militares na crise política e exortando-os a prosseguirem com essa postura.
Reiteram a retirada da força de ECOMIB em 30 de junho 2017, tendo dado as instruções à Comissão para iniciar as operações da retirada no primeiro trimestre 2017.
CHEFES DE ESTADO DA CEDEAO PEDEM A SEGURANÇA E PROTEÇÃO DE ADAMA BARROW
Sobre à situação da Gâmbia, os Chefes de Estados analisaram a situação política preocupante naquele país anglófono, provocada pela recusa dos resultados eleitorais pelo Presidente cessante, Yahya Jammeh. Após a reunião recomendaram, no comunicado final, a manutenção do resultado da eleição de 01 de dezembro de 2016, que deu vitória ao candidato da oposição Adama Barrow.
Solicitaram ainda a segurança e a proteção de Adama Barrow, manifestaram igualmente a vontade em participar na cerimónia de posse do Presidente eleito previsto para 19 de janeiro de 2017, em conformidade com as disposições da Constituição da Gâmbia.
Por: Redação