A empresa chinesa Fujian Shiahai inicia em Março de 2017 a construção do porto de pesca e de um hotel na localidade de Prabis, no norte da Guiné-Bissau, anunciou este fim-de-semana o representante local da empresa, Fodé Djassi.
Fodé Djassi adiantou que da parte chinesa estão criadas todas as condições, nomeadamente o capital necessário para financiar as obras em Prabis, faltando apenas que as autoridades da Guiné-Bissau aprovem os pedidos de autorização apresentados.
O presidente da empresa chinesa, Yan Macky, que na altura entregava prendas de Natal às crianças daquela localidade, justificou a escolha da Guiné-Bissau para a realização deste investimento “com o acolhimento caloroso que recebeu no país.”
As obras de construção do porto de pesca e de um hotel, cujos custos não foram divulgados, irão empregar, pelo menos, três mil pessoas, entre técnicos chineses e trabalhadores guineenses. Fonte: Macauhub
A Guiné-Bissau desperdiçou duas grandes oportunidades no âmbito da cooperação com a China ao longo de 2016, afirmou o embaixador cessante da China, Wang Hua, em declarações ao jornal guineense “O democrata.”
O diplomata chinês especificou que a primeira delas ocorreu no passado mês de Julho, aquando do Fórum da Cooperação China/África, em que meia centena de países africanos levaram cerca de 300 projectos avaliados em 50 mil milhões de dólares, os quais a República Popular aceitou financiar.
Apesar de ter participado neste encontro, “a Guiné-Bissau não conseguiu apresentar uma ideia concreta, específica e viável, por falta de uma definição clara da sua política de cooperação com a China”, disse o embaixador.
Wang Hua assegurou que foi o seu país que tomou a iniciativa de mudar do antigo para um novo formato de cooperação entre os dois países, o que resultaria na assinatura, nomeadamente do acordo de cooperação no domínio agrícola com uma duração de 2 anos.
A outra oportunidade não aproveitada pela Guiné-Bissau, prosseguiu o embaixador, surgiu no decurso 5.ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau, em que o então primeiro-ministro, Baciro Djá, à frente de uma delegação ministerial de sete pessoas, não conseguiu apresentar nenhum projecto viável capaz de mobilizar fundos do sector privado chinês.
Wang Hua, cuja missão termina no final do ano em curso, sublinhou que apesar de tudo a China procurou sempre minimizar os problemas da Guiné-Bissau e deu como exemplo a iniciativa do seu pais em perdoar a dívida de Bissau no valor de 30 milhões de dólares.
Por outro lado, salientou o diplomata, o governo chinês ofereceu este ano um apoio financeiro de 100 milhões de yuans para financiar alguns projectos de infra-estruturas da Guiné-Bissau, entre os quais a construção da auto-estrada Bissau/Safim.
Esclareceu que apoios deste género podiam ser em número muito maior, bem como por parte do sector empresarial chinês, não fosse a situação de instabilidade política institucional.
“Durante a minha estada na Guiné-Bissau trabalhei com seis primeiros-ministros”, disse, para exemplificar as constantes trocas de governo na Guiné-Bissau. (Macauhub)