sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

EDITORIAL: 2016 FOI UM ANO DE EXERCÍCIO DE SOBREVIVÊNCIA NA GUINÉ-BISSAU

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Por: Bambaram di Padida

Indubitavelmente, o ano de 2016 – quase a terminar – foi bastante difícil para os guineenses, principalmente para o cidadão comum cuja vida é marcada por vários problemas e infindáveis sacrifícios. 2016  foi sem dúvida um ano de sofrimento para o povo, pois nunca antes os guineenses foram colhidos com notícias e situações bastante adversas.

Ao longo do ano de 2016, o povo guineense foi surpreendido com a decisão de expulsão de 15 deputados do PAIGC por descordarem das políticas e decisões do líder desse partido, facto que teve repercussões na ANP, ou seja, o presidente da ANP, Jiló Cipriano Cassamá, embarcou na onda do seu amigo da quadrilha DSP, e os expulsou do parlamento. Porém, o STJ considerou inconstitucional a expulsão dos mesmos da ANP, pelo que regressaram como independentes uma vez que foram expulsos do PAIGC  . Em 2016, a Guiné-Bissau enfrentou a sua pior crise política e financeira  devido aos problemas criados no seio do PAIGC e transferidos para ANP, o país ficou parado e os corruptos aproveitaram-se para delapidar os cofres públicos, houve falso resgate aos bancos privados para ganhar milhões de dólares. Foi o ano em que os guineenses foram surpreendidos com novas peças teatrais nunca antes vistas no país, a título de exemplo, o espetáculo patético que os membros do governo de Carlos Correia proporcionaram aos guineenses quando se barricaram na sede do governo.

Em 2016, os guineenses viram a sua existência transformar-se num exercício de sobrevivência para continuarem a sustentar os políticos bandidos, que só sabem mentir até à náusea. Foi um ano de politiquices atrás de politiquices.

O custo de vida, que já era insuportável, piorou. Assistiu-se a subida galopante do preço do arroz e outros produtos de primeira necessidade, greves nas escolas públicas, a situação piorou nos hospitais, os pacientes morrem por tudo e por nada etc. 

E o que fizeram os políticos perante esta situação toda? Nada. Ou seja, os políticos limitaram-se a assobiar para os lados, numa clara demonstração de que a crise, a fome, péssimas condições e mortes desnecessárias nos hospitais, greves nas escolas públicas e outros problemas que afligem os guineenses não lhes dizem respeito, até porque tem todas as contas pagas com o suor do povo.

Ao invés de arranjarem soluções para os problemas que assolam o país, tentam encontrar um culpado ou bode expiatório para justificar a incompetência e falta de seriedade na governação do país. São políticos sem agenda a única preocupação desses bandidos é o esbanjamento do erário público.

Portanto, é caso para dizer que 2016 é um ano para esquecer, pois o povo sentiu na pele as consequências da crise criada na sede do PAIGC, um laboratório de  crises, golpes de estado, intrigas, máfia, etc. Esperemos que o ano de 2017, seja diferente, ou seja, que haja estabilidade política.