sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

EMIGRANTES E POPULAÇÃO AJUDAM A CONSTRUIR HOSPITAL EM BIGENE, NO NORTE DA GUINÉ-BISSAU

A população e filhos da vila de Bigene residentes fora da Guiné-Bissau estão a contribuir para a construção de um hospital na localidade e que vai servir cerca de 160 mil pessoas no norte do país.

Ibu Camará, presidente da Afaibu (Associação de Filhos e Amigos de Bigene) contou à agência Lusa que a primeira pedra para a construção do hospital foi hoje lançada e já no sábado populares de 56 aldeias da vila de Bigene vão iniciar as obras.


A mão-de-obra para a edificação do hospital bem como os materiais a serem utilizados na construção dos edifícios, nomeadamente pedra, cascalho, água, areia, assim como as escavações será da responsabilidade da população das 56 aldeias.
A organização não-governamental espanhola Terra Sem Mal é a principal parceira da Afaibu na obra que Ibu Camará acredita que estará pronta dentro de oito meses, contando com a contribuição financeira de naturais de Bigene residentes em Portugal, Espanha, França e Estados Unidos.

No total serão gastos cerca de 100 milhões de francos CFA (cerca de 153 mil euros) para construção de um hospital com 75 camas com os serviços de pediatria, maternidade, enfermaria e uma farmácia.

O hospital terá ainda uma residência para médicos. A ONG espanhola garantirá o fornecimento de medicamentos após a conclusão das obras.

Será montado um sistema de energia solar e água potável para o hospital e que irá servir as populações das vilas de Bigene, Baro, Ingoré, Intotinha, Sambuia, Sedengal, numa gestão repartida entre a Afaibu, a Terra Sem Mal e o Ministério da Saúde Pública.

Situado junto a fronteira com o Senegal, Bigene possui um centro de saúde que Ibu Camará diz não servir para as necessidades da população por não ter "as mínimas condições de atendimento".

Segundo o presidente da Afaibu, o centro de saúde resume-se a uma sala de curativos, sem laboratório para análises clínicas, uma sala de parto, mas sem cama.

A única cama que o centro tem é uma oferta da própria associação, diz Ibu Camará.

LUSA, com Jornalista Braima Daramé Via facebook
Foto de Braima Darame.