sábado, 24 de março de 2018

A LUSA DESMASCARADA E HUMILHADA

 
A Lusa publica um artigo banal e cheio de erros factuais e gramaticais.

Oferecemos uma rectificação.

Começando pelo título...

"Apelo ao uso do caju como fonte de vitamina C" Ora cá está um título relevante e bem escolhido.

"ligado aos vários projectos" quais? deveríamos acompanhar a vaidade do senhor?

"produção do produto" pois, é como subir para cima, ou lamber com a língua

"300 mil toneladas" não corresponde aos dados oficiais que a Lusa tem publicado nos últimos dias

"mais de metade é exportada" um pouco impreciso... quer dizer que quase metade é consumida localmente?

"No período do caju as pessoas não têm problemas de vitamina C" e no resto do ano, têm? caem-lhes os dentes?
 "defende a transformação local em vez de venda da totalidade da produção guineense" então em que ficamos? mais de metade é igual à totalidade?

"postos de emprego" (sem aspas no original, ou seja, da responsabilidade do editor) postos de trabalho, sff

"o produto se adapta a zonas áridas" o caju é das plantas, tal como o abacateiro, que mais água necessita!

"de todo caju" de todo o caju, sff

"O caju é o principal produto agrícola e de exportação na Guiné-Bissau" La Palisse não diria melhor. Representa 99% do valor das exportações.

"Estudos e especialistas recomendam a transformação local do produto" ah é? são os de autoria do "especialista"? isso é alguma novidade?

"a capacidade instalada para o processamento do caju na Guiné-Bissau assegura apenas 30 por cento". ah é, 30%?

"Mário Mendonça garante que "apenas dois a três por cento" das cerca de 300 mil toneladas produzidas (cerca de 170 mil é exportada anualmente) é sido processada." 2 ou 3%? então, contradiz-se em relação à frase anterior?

"170 mil é exportada" 170 000 está muito longe do singular... 170 000 são exportadas, sff

"é sido"? é mas é sida ortográfico

 "pode fazer-se também, licores" também vírgula licores? licores é plural, já agora

"da árvore pode retirar-se lenha" Obrigado, senhor de La Palisse, os guineenses estavam ansiosamente à sua espera para lhes explicar

"O especialista alertou também que "há muito dinheiro de proveniência pouco clara" a circular no negócio do caju" Ah! Cá está a mensagem. Para além do narco-tráfico, e dos riscos de terrorismo, ontem, hoje é a lavagem de capitais.

Ficámos esclarecidos. Agora vamos comer o nosso caju ao pequeno almoço para repor o stock de vitamina C.

É de uma banalidade e boçalidade chocante, este pretenso artigo, para servir os mais que óbvios intentos de prejudicar a imagem da Guiné-Bissau. Um monte de lixo para uma pobre mensagem podre. Se fazem fretes, coloquem aspas no princípio e no fim, ficam mais protegidos. Vão mas é aprender a escrever. Indigno de uma agência de notícias oficial.
 
Leia também:
 
Pura coincidência Lusa
A Agência Lusa tirou hoje duas notícias com um quarto de hora de intervalo sobre a Guiné-Bissau, uma às 15h42 e outra às 15h57. (a Lusa não permite a visualização integral do artigo, veja mais à frente).
 
Nada demais. Os assuntos são diferentes.
 
Mas há algo que as liga. Ambas falam de prevenção. Uma do radicalismo e extremismo religioso outra do consumo de droga.
 
Sim, mas e então?
 
Pura coincidência? Talvez. Mas os teóricos da conspiração poderiam ver neste reforço mútuo alguma intenção escondida.
 
No fim da notícia relativa à droga, depois de múltiplas citações do entrevistado (secretário-executivo do Observatório Guineense da Droga e da Toxicodependência) entre aspas, a Lusa escreve sem elas:
 
"Abílio Có Júnior alertou também para o facto de que dos 100% das drogas que passam pelo país 30% ficam para consumo interno, principalmente o ‘crack’". (as aspas são nossas, que citamos a Lusa).
 
Quando se escreve sem aspas, a responsabilidade deixa de ser de quem declara. Ora, obviamente, não estamos perante um "facto" mas perante uma estimativa do observador (não o jornal, mas o entrevistado), que nem sequer é grosseira, mas sim falsa e confusa, ao misturar as drogas todas no mesmo saco. Recorrendo ao truque de colocar essas afirmações em jeito de conclusão, não quererá a Lusa intencionalmente deixar no ar, perante o leitor pouco informado, a ideia de que passa muita droga pela Guiné-Bissau?
 
Conseguiram transformar uma notícia de prevenção do consumo em diabolização do narco-estado. O resto do guião também se conhece, atiçar os riscos do terrorismo, etc. Para criar a convicção da fragilidade do Estado? A quem interessa a desestabilização da Guiné-Bissau?

Quanto à INTERPOL, talvez fizesse melhor proveito em considerar a Guiné-Bissau um caso de estudo, um laboratório de ensaio da tolerância, em vez de tentar instilar os seus medos e inocular o vírus da desconfiança, numa sociedade cuja marca é uma saudável e respeitosa convivência inter-religiosa.

Venham até cá fazer turismo e estudar os casamentos mistos, duplamente celebrados, e sairão decerto mais ricos.