Bissau - O ministro da Comunicação Social da Guiné-Bissau, Vítor Pereira, defendeu maior transparência e rigor para o sector, mas reconheceu que a "dependência financeira" faz a imprensa viver, "às vezes, à custa de agenda alheia às linhas editoriais".
Num discurso, proferido na sessão de encerramento do congresso do sindicato de jornalistas guineense, Vítor Pereira saudou a organização do evento e a escolha do tema "Por um Jornalismo mais forte e um jornalismo mais credível e independente".
Sublinhando que a atual crise política que o país vive exige dos jornalistas o melhor enquanto profissionais, o ministro lembrou que a imprensa tem por missão "informar, educar, consciencializar, sensibilizar a opinião pública sobre os diferentes temas de interesse nacional e internacional com maior credibilidade, rigor, transparência, isenção e imparcialidade".
"Contudo, reconhece-se que a não-concretização desses objetivos devem-se em parte à dependência financeira com que a maioria dos órgãos se tem deparado, fazendo-os viver às vezes à custa de agenda alheia às linhas editoriais", disse, desafiando o sindicato a trabalhar para a empresarialização dos órgãos de comunicação social.
"Porque só assim teremos uma imprensa sustentável e verdadeiramente independente, transparente e imparcial", salientou.
O ministro disse também que apesar dos avanços registados no sector os desafios "continuam a ser enormes" e passam pela migração do sistema analógico para o digital, o que vai permitir melhorar o "trabalho dos profissionais da comunicação social", e pela formação contínua dos jornalistas.
O Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social da Guiné-Bissau realizou entre segunda e terça-feira um congresso para eleger a nova direção do sindicato, que foi entregue a Indira Correia Baldé, jornalista da RTP África no país.
Fonte: Lusa em, https://www.dn.pt