sábado, 24 de março de 2018

QUATRO DIAS PARA DECLARAR UMA GUERRA FRIA

Embora dispondo do quarto exército no mundo, o Reino Unido não pode desafiar a Rússia sem se apoiar em aliados. Tem, portanto, que inventar um casus belli, e fazer os seus parceiros reagir para os levar a exporem-se junto com ele.
 
 
A semana que acaba de decorrer foi extraordinariamente rica em acontecimentos. Mas nenhum média esteve à altura de dar conta deles já que todos mascararam deliberadamente alguns dos factos para proteger a narrativa que, a propósito, divulgava o seu governo. Londres tentou provocar um grande conflito, mas perdeu face à Rússia, ao Presidente Trump e à Síria.
 
O governo britânico e alguns dos seus aliados, entre os quais o Secretário de Estado, Rex Tillerson, tentaram lançar um esquema de Guerra Fria contra a Rússia.
 
O seu plano previa, por um lado, encenar um atentado contra um ex-agente duplo em Salisbury e, por outro, um ataque químico contra os «rebeldes moderados» na Ghuta. Os conspiradores pretendiam aproveitar-se do esforço da Síria a libertar os subúrbios da sua capital e da distração da Rússia por ocasião da sua eleição presidencial. Na sequência destas manipulações, o Reino Unido teria pressionado os EUA a bombardear Damasco, incluindo o palácio presidencial sírio, e pedido à Assembleia Geral da ONU para excluir a Rússia do Conselho de Segurança.
 
No entanto, os Serviços de Inteligência sírio e russo souberam do que se tramava. Eles ficaram convictos que os agentes dos EUA que preparavam, a partir da Ghuta, um ataque químico contra a própria Ghuta não dependiam do Pentágono, mas, antes de uma outra agência dos EUA.

Em Damasco, o Vice-ministro das Relações Exteriores, Fayçal Miqdad, convocou de urgência uma conferência de imprensa, a 10 de Março, para alertar os seus concidadãos. Por seu lado, Moscovo primeiro tentou alertar Washington pelos canais diplomáticos. Mas, sabendo que o Embaixador dos EUA, Jon Huntsman Jr, é administrador da Caterpillar, a qual forneceu tuneladoras (tatuzões-br) aos jiadistas para que eles construissem as suas fortificações, tentou contornar a via diplomática normal.
 
Eis, pois, como os acontecimentos se encandearam :

12 de Março de 2018

O Exército sírio capturou dois laboratórios de armas químicas, o primeiro a 12 de Março, em Aftris, e o segundo no dia seguinte, em Shifunya. Enquanto a diplomacia russa pressiona a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) a entrar na investigação criminal de Salisbury.
 
A Primeira-ministro britânica, Theresa May, acusa violentamente a Rússia, na Câmara dos Comuns, de ter comanditado o atentado de Salisbury. Segundo ela, o ex-agente duplo Serguei Skripal e a sua filha teriam sido envenenados com uma substância militar neurotóxica do tipo «desenvolvido pela Rússia» sob o nome de “novitchok”. Sabendo que o Kremlin considera os seus cidadãos que desertaram como alvos legítimos, seria, pois, altamente provável que tivesse comanditado o crime.
 
O “novitchok” é conhecido através do que revelaram a propósito duas personalidades soviéticas, Lev Fyodorov e Vil Mirzayanov. O cientista Fyodorov publicou um artigo no semanário russo Top Secret (Совершенно секретно), em Julho de 1992, alertando para a extrema periculosidade deste e chamando a atenção contra a utilização de antigas armas soviéticas, pelos Ocidentais, para destruir o meio ambiente na Rússia e torná-la inviável. Em Outubro de 1992, ele publicou um segundo artigo no Novidades de Moscovo (Московские новости), junto com um responsável da contra-espionagem, Mirzayanov, denunciando a corrupção de certos generais e o tráfico de “novitchok” ao qual se dedicariam. Eles ignoravam a quem o teriam podido vender. Mirzayanov foi primeiro preso por alta traição, depois libertado. Se Fyodorov morreu na Rússia, em Agosto passado, Mirzayanov vive no exílio nos Estados Unidos, onde ele colaborou com o Departamento da Defesa.
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O antigo oficial russo da contra-espionagem Vil Mirzayanov desertou para os Estados Unidos. Aos 83 anos, ele comenta o «caso Skripal» a partir de Boston.
O “novitchok” era fabricado num laboratório soviético em Nurus, no actual Uzbequistão. Aquando da dissolução da União Soviética, ele foi destruído por uma equipe norte-americana especializada. O Uzbequistão e os Estados Unidos, portanto, obrigatoriamente possuíram e estudaram amostras desta substância. Ambos são capazes de o produzir.
 
O Ministro britânico dos Negócios Estrangeiros ( Relações Exteriores-br), Boris Johnson, convoca o Embaixador russo em Londres, Alexander Yakovenko. Apresenta-lhe um ultimato de 36 horas para verificar se falta “novitchok”nos seus stocks (estoques-br). O Embaixador responde-lhe que não falta nada porque a Rússia destruiu a totalidade das armas químicas herdadas da União Soviética e a OPCW (OPAQ) pronunciou-se a propósito.
 
Após uma conversa telefónica com Boris Johnson, o Secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, condena, por sua vez, a Rússia pelo atentado de Salisbury.
 
Enquanto isso, um debate sobre a situação na Ghuta desenrola-se no Conselho de Segurança da ONU. A Representante permanente dos Estados Unidos, Nikki Haley, afirma aí: «Há quase um ano, após o ataque de gás sarin perpetrado em Khan Sheikun pelo regime sírio, os Estados Unidos tinham alertado o Conselho. Dissemos que, face à inação sistemática da comunidade internacional, os Estados, por vezes, são obrigados a agir por conta própria. O Conselho de Segurança não agiu, e os Estados Unidos atacaram a base aérea a partir da qual al-Assad lançara o seu ataque de armas químicas. Nós reiteramos o mesmo aviso hoje.
 
Os Serviços de Inteligência russos fazem circular documentos do Estado-maior norte-americano. Eles mostram que o Pentágono está prestes a bombardear o palácio presidencial e os ministérios sírios, dentro do modelo do que fez aquando da tomada de Bagdade (3 a 12 de Abril de 2003).
 
Comentando a declaração de Nikki Haley, o Ministério russo dos Negócios Estrangeiros, que sempre qualificou o caso de Khan Sheïkhun de «manipulação ocidental», revela que as falsas informações, que induziram na altura a Casa Branca em erro e a levaram a bombardear a base de Al-Shayrat, provinham de um laboratório britânico que nunca indicou como tinha recolhido as amostras.

13 de Março de 2018

O Ministério russo dos Negócios Estrangeiros publica um comunicado condenando uma possível intervenção militar dos EUA e anunciando que se cidadãos russos fossem atingidos em Damasco Moscovo ripostaria de maneira proporcional ; uma vez sendo o Presidente russo constitucionalmente responsável pela segurança dos seus concidadãos.
 
Contornando a via diplomática, o Chefe do Estado-Maior russo, o General Valeri Guerassimov, contacta o seu homólogo americano, o General Joseph Dunford, para o informar sobre os seus receios quanto a um ataque químico de bandeira falsa na Ghuta. Dunford toma o assunto muito a sério e alerta o Secretário da Defesa dos EUA, o General Jim Mattis, que refere o caso ao Presidente Donald Trump. Tendo em vista a garantia dada pelos Russos, segundo os quais este golpe sujo estaria preparado à revelia do Pentágono, a Casa Branca pede ao Director da CIA, Mike Pompeo, para identificar os responsáveis deste complô.
 
Ignoramos o resultado dessa investigação interna, mas o Presidente Trump ganha a convicção quanto à implicação do seu Secretário de Estado, Rex Tillerson. Este é imediatamente convidado a interromper a sua viagem oficial em África e a voltar para Washington.
 
Theresa May escreve ao Secretário-geral da ONU para acusar a Rússia de ter comanditado o atentado de Salisbury e para convocar uma reunião de urgência do Conselho de Segurança. De imediato, ela expulsa 23 diplomatas russos.
 
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Publicado um mês e meio antes do atentado de Salisbury, o livro de Amy Knight apresenta o que se vai tornar a tese do MI5. A autora afirma, por si mesma, que não tem a menor prova do que escreve.
A pedido da Presidente da Comissão do Interior da Câmara dos Comuns, Yvette Cooper, a Secretária britânica do Interior, Amber Rudd, anuncia que o MI5 (Serviço Secreto Militar do Interior) vai reabrir 14 inquéritos sobre mortes que, segundo fontes dos EUA, teriam sido comanditadas pelo Kremlin.
 
Ao fazê-lo, o governo britânico adopta as teorias da professora Amy Knight. A 22 de Janeiro de 2018, esta sovietóloga dos EUA publicava um livro muito estranho: «Ordens para matar: o regime de Putin e o assassinato político». A autora, que é «a» especialista do antigo KGB, tenta aí demonstrar que Vladimir Putin é um assassino em série, responsável por dezenas de assassinatos políticos, indo desde os atentados de Moscovo, em 1999, até aos da Maratona de Boston, em 2013, passando pela execução de Alexander Litvinenko em Londres, em 2006, ou a de Boris Nemtsov em Moscovo, em 2015. No entanto, ela confessa, por si própria, que não há nenhuma prova quanto às suas acusações.
 
Os liberais europeus entram na dança. O antigo Primeiro-ministro belga, Guy Verhofstadt, que preside o seu grupo no Parlamento Europeu, exorta a UE a lançar sanções contra a Rússia. O seu homólogo à cabeça do correspondente Partido britânico, Sir Vince Cable, propõe um boicote europeu ao Campeonato do Mundo de futebol. Desde logo, o Palácio de Buckingham anuncia que a família real cancela a sua viagem à Rússia.
 
A autoridade reguladora britânica, a Ofcom, anuncia que poderia proibir o canal de Tv Russia Today a título de retaliação, muito embora esta não tenha, de forma alguma, violado as leis britânicas.
 
O Ministério russo dos Negócios Estrangeiros convoca o Embaixador britânico em Moscovo para o informar que medidas de reciprocidade lhe serão indicadas em breve, em retorsão pela expulsão de diplomatas russos de Londres.
 
O Presidente Trump anuncia no Twitter que demitiu o seu Secretário de Estado, com o qual não tinha ainda entrado em contacto. Ele é substituído por Mike Pompeo, ex-Director da CIA, que confirmou na véspera a autenticidade das informação russas transmitidas pelo General Dunford. Chegado a Washington, Tillerson recebe a confirmação da sua demissão pelo Secretário-geral da Casa Branca, o General John Kelly.
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O antigo patrão da maior multinacional no mundo, ExxonMobil, julgava-se acima da barafunda. Para sua grande surpresa, Rex Tillerson foi brutalment despedido por Donald Trump. O primeiro pensava servir o mundo anglo-saxónico, enquanto o segundo o considerou como um traidor à sua pátria.
O ex-Secretário de Estado, Rex Tillerson, é originário da burguesia texana. A sua família e ele próprio fizeram parte dos Escoteiros norte-americanos, dos quais se tornou o Presidente nacional (2010-12).
 
Culturalmente próximo da Inglaterra, não hesitou, assim que se tornou tornou Presidente da mega multinacional Exxon-Mobil (2006-16), tanto a realizar uma campanha politicamente correcta para aceitar jovens gays entre os Escoteiros, como a recrutar mercenários na Guiana Britânica. Ele seria membro da Pilgrims Society, o mais prestigiado clube anglo-americano, presidido pela Rainha Isabel II, do qual inúmeros membros fizeram parte da Administração Obama.
 
Durante as suas funções na Secretaria de Estado, a sua esmerada educação forneceu uma caução a Donald Trump, considerado pela alta sociedade dos EUA como um histrião. Ele entrou em conflito com o seu Presidente sobre três assuntos importantes que nos permitem definir a ideologia dos conspiradores :

- Como Londres e o Estado profundo dos EUA, ele julgava útil demonizar a Rússia para consolidar o Poder dos Anglo-Saxónicos no campo ocidental ; 

- Como Londres, ele julgava que para manter o colonialismo ocidental no Médio-Oriente, era preciso favorecer o Presidente iraniano Xeque Rohani contra o Guia da Revolução o aiatola Khamenei. Ele apoiava portanto o acordo dos 5+1. 

- Como o Estado profundo dos EUA, ele considerava que a báscula da Coreia do Norte em direcção aos Estados Unidos devia permanecer secreta e ser utilizada para justificar um avanço militar dirigido, na realidade, contra a China popular. Era, portanto, favorável a conversações oficiais com Pyongyang, mas oposto a um encontro entre os dois chefes de Estado.

14 de Março de 2018

No momento em que Washington está em estado de choque, Theresa May intervém novamente, na Câmara dos Comuns, para aí desenvolver a sua acusação, enquanto no mundo inteiro os diplomatas britânicos tomam a palavra em inúmeras organizações inter-governamentais para lhes transmitir a mensagem. Respondendo à Primeira-ministro, o deputado blairista, Chris Leslie, qualifica a Rússia de “Estado-canalha” e pede a sua suspensão do Conselho de Segurança da ONU. Theresa May compromete-se a examinar a questão, frisando, ao mesmo tempo, que isso só poderia ser decidido pela Assembleia Geral afim de contornar o veto russo.
 
O Conselho do Atlântico Norte (OTAN) reúne-se em Bruxelas a pedido do Reino Unido. Os 29 Estados-membro estabelecem uma ligação entre a utilização de armas químicas na Síria e o atentado de Salisbury. Eles consideram a Rússia como «provavelmente» responsável por estes dois acontecimentos.
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Jens Stoltenberg, Secretário-geral da OTAN, e a representante permanente do Reino Unido no Conselho do Atlântico Norte, Sarah MacIntosh. Esta é a antiga directora para as questões de Defesa e de Inteligência no Ministério britânico dos Negócios Estrangeiros, posto que deixou a Jonathan Allen, actual Encarregado de Negócios na ONU.
Em Nova Iorque, o Representante permanente da Rússia, Vasily Nebenzya, propõe aos membros do Conselho de Segurança a adopção de uma declaração atestando a sua vontade comum em lançar luz sobre o atentado de Salisbury e em confiar a investigação à OPAQ, dentro do respeito pelos procedimentos internacionais estabelecidos. Mas, o Reino Unido rejeita qualquer texto que não inclua a expressão segundo a qual a Rússia seria «provavelmente responsável» pelo atentado.
 
Durante o debate público que se segue, o Encarregado de Negócios do Reino Unido, Jonathan Allen, representa o seu país. É um agente do MI6, que criou o serviço de propaganda de guerra do Reino Unido e deu o seu apoio activo aos jiadistas na Síria. Ele declara : «A Rússia já interferiu nos assuntos de outros países, a Rússia já violou o Direito Internacional na Ucrânia, a Rússia despreza a vida de civis, como o demonstra o ataque a um avião comercial por cima da Ucrânia por mercenários russos, a Rússia protege o emprego por Assad de armas químicas (...) O Estado russo é responsável por esta tentativa de assassínio. O Representante permanente da França, François Delattre, que em virtude de um decreto derrogatório do Presidente Sarkozy foi formado no Departamento de Estado dos EUA, lembra que o seu país lançou uma iniciativa para pôr fim à impunidade daqueles que utilizam armas químicas. Ele sugere que esta iniciativa dirigida contra a Síria poderia ser virada contra a Rússia.
 
O Embaixador russo, Vasily Nebenzya, lembra que a sessão foi convocada a pedido de Londres, mas que só veio a ser pública a pedido de Moscovo. Ele observa que o Reino Unido viola o Direito Internacional ao evocar este caso no Conselho de Segurança enquanto mantêm a OPAQ à margem da sua investigação. Ele nota que se Londres pôde identificar o “novitchok” é porque possui a fórmula e, portanto, pôde fabricá-lo. Ele relembra a vontade expressa da Rússia em colaborar com a OPAQ, no quadro do respeito pelos procedimentos internacionalmente aceites.

15 de Março de 2018

O Reino Unido publica uma declaração conjunta co-assinada, no dia anterior, pela França, Alemanha, bem como por Rex Tillerson, que era ainda Secretário de Estado dos Estados Unidos. O texto retoma a suspeita britânica. Ele denuncia o emprego de «um agente neurotóxico de qualidade militar, de um tipo desenvolvido pela Rússia». Ele afirma que é «altamente provável que a Rússia seja responsável pelo atentado».
 
O Washington Post publica uma carta aberta de Boris Johnson, enquanto o Secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, lança novas sanções contra a Rússia. Estas não estão ligadas ao caso em curso, mas às alegações de ingerência na vida pública dos EUA. O decreto cita, no entanto, o atentado de Salisbury como uma prova das acções sujas da Rússia.
 
O Secretário da Defesa britânico, o jovem Gavin Williamson, declara que depois da expulsão dos seus diplomatas a Rússia devia «calar» (sic). É a primeira vez desde o fim da Segunda Guerra Mundial que um dirigente de um Estado membro permanente do Conselho de Segurança emprega um tal vocabulário em relação a um outro membro do Conselho. Serguei Lavrov comenta: «É um jovem encantador. Quer certamente marcar o seu lugar na história, fazendo para isso afirmações chocantes [...] Se calhar falta-lhe educação.
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A Inglaterra não hesitou, ao longo de toda a sua história, em mentir e em trair a sua palavra para defender os seus interesses. Daí o seu qualificativo francês de «pérfida Albião» (do nome latino da Inglaterra).

Conclusão

Em quatro dias o Reino Unido e os seus aliados lançaram as premissas de uma nova divisão do mundo, de uma Guerra Fria.
 
No entanto, a Síria não é o Iraque e a ONU não é o G8 (do qual a Rússia foi excluída devido à adesão da Crimeia à sua Federação, e pelo seu apoio à Síria). Os Estados Unidos não vão destruir Damasco e a Rússia não será excluída do Conselho de Segurança. Depois de se ter retirado da União Europeia, depois de se ter recusado a assinar a Declaração chinesa sobre a Rota da Seda, o Reino Unido pensava aumentar a sua importância eliminando um concorrente. Com este golpe manhoso, imaginava adquirir uma nova dimensão e tornar-se na «Global Britain» anunciada pela Sra. May. Mas acabou destruindo, ele próprio, a sua credibilidade.
 
*Thierry Meyssan

Intelectual francês, presidente-fundador da Rede Voltaire e da conferência Axis for Peace. As suas análises sobre política externa publicam-se na imprensa árabe, latino-americana e russa. Última obra em francês: Sous nos yeux. Du 11-Septembre à Donald Trump. Outra obras : L’Effroyable imposture: Tome 2, Manipulations et désinformations (ed. JP Bertrand, 2007). Última obra publicada em Castelhano (espanhol): La gran impostura II. Manipulación y desinformación en los medios de comunicación (Monte Ávila Editores, 2008).
Tradução Alva