O Governo de transição da Guiné-Bissau analisou esta sexta-feira o relatório da comissão de inquérito sobre o caso do embarque forçado para Portugal de 74 sírios com passaportes falsos num avião da TAP.
Segundo Saido Baldé, ministro do Governo de transição responsável pela pasta da Justiça e presidente da comissão de inquérito, a análise do relatório só será concluída no sábado numa reunião do conselho de ministros.
Saido Baldé não adiantou o teor do relatório mas confirmou que o Governo vai tirar as ilações políticas e de seguida vai remeter o documento às instâncias judiciais.
"A decisão que sair destas averiguações será sempre de ponto de vista disciplinar e político. Naturalmente que o relatório será entregue às instâncias judiciais. Há uma recomendação da comissão para que assim seja", afirmou Saido Baldé.
Na reunião do conselho de ministros estiveram presentes todos os ministros mesmo os dois que se demitiram na sequência dos incidentes com o avião da TAP, Delfim da Silva, dos Negócios Estrangeiros e António Suca Ntchamá, do Interior.
Fontes judiciais indicaram que Suca Ntchamá devia ser ouvido esta sexta-feira no Ministério Público, mas, entretanto, não compareceu à audiência.
Confrontado com este facto e na sua qualidade de ministro da Justiça, Saido Baldé disse que não tinha a informação em como Suca Ntchamá teria sido convocado para ser ouvido.
O conselho de Estado guineense, que esteve reunido na quinta-feira, recomendou ao Governo que os implicados no processo do envio forçado dos 74 sírios para Portugal num voo da TAP em 10 de dezembro sejam castigados.
O órgão consultivo do presidente guineense diz ainda que aguarda pela conclusão dos inquéritos para saber se deve sugerir ou não ao chefe de Estado a apresentação de pedido de desculpas pelo incidente.