Ninguém me encomendou o sermão. Pretendo, tão-somente, expressar o meu desejo ao Pai Natal, nesta fase de “kambansa” em que nos encontramos. Todos oramos para que se dê luz em 2014, a um filho do povo, pelo povo e para o povo guineense. E que esse filho cresça e dure muitos e muitos anos de vida, sem turbulências. E, se não for suplicar muito a Deus, queremos que tenha o nome de líderes que lutaram e morreram pela libertação dos seus povos, Cabral ou de Madiba.
A história recente demonstrou-nos, com veemência, que o povo guineense não se verga perante lideranças fantoches, encomendadas pelo exterior ou pelos cartéis da droga. Nenhum país é melhor que o meu, ou seja nenhuma cultura é superior a minha! Aprendemos com experiencias dos outros povos mas, jamais nos deixaremos dominar e humilhar seja por quem for! As intrigas palacianas que corroeram a política nacional e nos empurrou para desgraça durante 40 anos, devia servir de lição para o futuro. Assim como não se deve misturar a religião com a política, da mesma forma não deve confundir a governação com negócios pessoais.
Governar um país significa reger politicamente o património material e imaterial (em latim se chama res pública ou sejacoisa pública) da comunidade política. O que nos une é sagrado! Não pode amalgamar-se com as coisas pessoais e nem se furta! Por isso, e já agora que estamos no período dos desejos, o meu apelo vai, por exemplo, para o senhor Eng.º Domingos Simões Pereira. A minha pergunta vai no sentido de saber como ele, na verdade, se sente vocacionado: como político ou como “moço dos recados” e admirador de líderes com culto à personalidade (super-homens)? Ele precisa de se definir se é peixe ou carne. A história nos demonstrou que a casmurrice mata. Eu, no seu lugar pegava nos cerca de 30 milhões de euros que recebeu de Cadogo Jr, aplicava-o em atividades lucrativas e empregaria muitos jovens do meu país. “Quem avisa, teu amigo é”! É verdade que o PAIGC já se confunde com empresa privada ou banco de fomento empresarial. Por outro lado, não deixa de ser aquela máquina de terror ideológico tingido de sangue que nem com uma catarse no seu interior seja capaz de detonar.
Anónimo.