19 de Dezembro de 2013 - O Representante Especial do Secretário-Geral (RESG) das Nações Unidas para a Guiné Bissau, José Ramos-Horta, faz numa mensagem de fim de ano o balanço de 2013 e coloca em perspetiva as expetativas para 2014.
Esta é a mensagem do chefe do chefe do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS):
Infelizmente, o povo da Guine-Bissau não celebrara um Natal mais feliz do que os anteriores; o ano que finda foi um ano de mais sofrimento, de desilusões, de promessas não cumpridas, de medo, de impunidade.
Como Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas não posso, honestamente, dizer que houve progressos com vista ao regresso da paz, boa governação, justiça, bem-estar. Estou preocupado em relação a 2014, pois nada nos assegura que a situação vai melhorar. O adiamento da realização de eleições significa o adiamento da resolução dos graves problemas da Guiné-Bissau.
A comunidade internacional continua muito cética em relação à vontade dos líderes políticos Guineenses de assumirem as suas responsabilidades e, decisivamente, encontrarem soluções duradouras para os graves problemas do seu país.
A comunidade internacional não se substitui aos líderes nacionais. A comunidade internacional só pode apoiar aqueles que, demonstradamente, merecem ser apoiados, que querem ser apoiados. Apelo às elites político-partidárias da Guiné-Bissau para se unirem à volta dos ideiais do passado da sua luta, para se sentarem à mesa de diálogo e proporem uma agenda para a Paz, democracia e desenvolvimento.
O primeiro passo terá de ser o da realização das eleições gerais a meados de Março de 2014. A não realização das eleições, como prometido ao povo Bissau-guineense e à comunidade internacional, iria inevitavelmente agravar os problemas, já muito sérios, que o país enfrenta.
Por isso, apelo a todos para que trabalhemos no sentido da realização de eleicoes livres e democráticas, credíveis; para a formação de um governo de base ampla, inclusiva; e para, juntos, possamos mobilizar os recursos possíveis para resgatar a Guiné-Bissau da penúria, da extrema pobreza, da instabilidade.
A todos desejo felicidades nesta quadra de festas e no Novo Ano que se aproxima.