O primeiro-ministro do Governo de transição da Guiné-Bissau, Rui de Barros, recenseou-se quarta-feira para as eleições gerais de 16 de Março e aproveitou a ocasião para pedir à comunidade internacional o desbloqueamento de fundos prometidos para o processo eleitoral.
Rui de Barros chegou ao país na última madrugada, oriundo de Paris, onde participou numa conferência da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e, ao recensear-se, aproveitou para pedir a libertação de fundos anunciados pelos parceiros da Guiné-Bissau.
Rui de Barros salientou que, sem esses recursos, o recenseamento "terá problemas".
Rui de Barros salientou que, sem esses recursos, o recenseamento "terá problemas".
Entretanto, na terça-feira, o ministro do estado, Fernando Vaz disse esperar que na quinta-feira estejam activos, no terreno, os 123 "kits" de recenseamento que já se encontram em Bissau.
Na sua cobertura nacional a rádio sol mansi ouviu esta quarta-feira os seus correspondentes no interior do país, dando conta da ocorrência do processo no terreno.
Das reportagens, descrevem-se a morosidade e a inexistência total das mesas do registo eleitoral, tendo algumas regiões a funcionarem com uma equipa de recenseamento cada, e outras têm haver com contestações em relação a critérios de selecção usados para escolher os agentes recenseador, a maioria deles vindos do outro lado, deixando muito de fora os nativos.
Porem, entende-se que a situação se justifica pelo número inferior de pessoas com conhecimento informativo ao nível do interior do país, mas esta avaliação não convence os contestadores que qualificam a situação de discriminatória.
Ainda esta semana, Fernando Vaz admitiu após um encontro com o presidente de transição, que o recenseamento decorre, mas continua a sofrer vários transtornos.
Seja como for, aquele responsável garantiu que, se for necessário, o governo de transição vai procurar "soluções para cumprir o que está estabelecido", ou seja, realizar o recenseamento até final do mês.
Um dos remédios poderá passar pelo aumento para "duas equipas por cada mesa" de recenseamento, de forma a aumentar a produtividade, realçou.
Até ontem, quarta-feira, sabe-se a rádio sol mansi que o Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GETAPE) não terminava a selecção dos agentes recenseador, que depois serão submetidos à formação sobre a utilização dos equipamentos informáticos para o registo de eleitor.
Por seu lado, o Movimento Nacional da Sociedade Civil para Paz, Democracia e Desenvolvimento exorta ao governo de transição para “criar condição” para que o processo eleitoral decorra da melhor forma para não comprometer a data das eleições marcadas para 16 de Março de 2014.
Jorge Gomes, presidente da sociedade civil que falava esta quinta-feira em conferência de imprensa para manifestar a impressão da organização em relação ao processo, pede aos parceiros da Guiné-Bissau a honrar com seus compromissos de libertar fundos prometidos para o processo eleitoral.