terça-feira, 17 de dezembro de 2013

MINISTRO DA GUINÉ-BISSAU PÕE LUGAR À DISPOSIÇÃO APÓS POLÉMICA DA TAP

"O meu nome foi envolvido e as minhas gentes também, porque no aeroporto é a minha gente que está a trabalhar (...), é tudo pessoal do Ministério do Interior", referiu ao justificar a decisão hoje tomada.
Suka N'Tchama disse também que deixa o cargo de ministro do Interior nas mãos do presidente de transição para que a comissão de inquérito ao caso possa "fazer o seu trabalho" e adiantou que continuar em funções poderia "desestabilizar ou estrangular inquéritos" que estão a ser realizados.
A tripulação da TAP foi obrigada pelas autoridades guineenses a transportar 74 passageiros com passaportes falsos o que levou à suspensão dos voos diretos entre os dois países.
Questionado sobre o que é que aconteceu na noite de 10 de dezembro, Suka N'Tchama referiu apenas que "só a comissão de averiguação criada pelo Governo é que vai dizer a verdade. Estão a trabalhar e, dentro e em breve, vamos saber o resultado".
O governante disse esperar que se possa "apurar a verdade, que talvez seja diferente daquilo que as pessoas veiculam", como seja, relativamente "ao uso de armas pesadas", entre outros detalhes.
Suka N'Tchama fez questão de realçar que colocou o cargo à disposição, mas que "demissão" é outra coisa, neste caso uma decisão que está nas mãos de Serifo Nhamadjo, presidente de transição.
Nhamadjo ainda não se pronunciou sobre o incidente, nem anunciou se aceita a demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros guineense, Delfim da Silva, que anunciou a sua saída do governo na sexta-feira, denunciando "cumplicidades" no aparelho de Estado.
Na sexta-feira, a alta representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança, Catherine Ashton, anunciou que a ordem partiu de "um membro superior das autoridades de transição da Guiné-Bissau".
O jornal "Público" adiantou no sábado que Suka N'Tchama, que tutela a área da segurança interna, terá dado essa ordem.
Na segunda-feira foi a vez de o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, referir que cada passageiro pagou "uma determinada quantia a uma organização" com pessoas "ligadas a membros do governo da Guiné-Bissau".
Toda a situação está a ser averiguada por uma comissão criada pelo governo de transição que, de acordo com o despacho do primeiro-ministro guineense, Rui de Barros, deve terminar as investigações hoje e apresentar as conclusões na quarta-feira.
Ao mesmo tempo, foi hoje ouvido pelo Ministério Público e continua detido pela Polícia Judiciária guineense um homem suspeito de ter recrutado os 74 passageiros em Marrocos e de os ter transportado para Bissau.
Fonte:Aqui