A epidemia de cólera em Angola, que ainda não tinha sido registada no Huambo, provocou seis mortos em duas semanas naquela província, segundo o boletim semanal da Direção Nacional de Saúde Pública. Os seis óbitos no Huambo foram referenciados entre 69 casos notificados.
A província do Huambo, no planalto central de Angola, integrava juntamente com o Bengo, Bié, Cuanza Sul, Cuando Cubango, Lunda Sul e Zaire, as regiões sem casos de cólera até à 48ª semana epidemiológica,
Na segunda-feira, em declarações à Angop, o porta-voz da direção da saúde no Huambo, Isaac Cassenge, disse que o surto se regista em alguns bairros periféricos da cidade, com realce para o do Benfica, onde foram diagnosticados até ao momento 55 casos.
As autoridades sanitárias locais já reforçaram as medidas de sensibilização nos bairros mais afetados, no sentido de ferverem a água para beber e cumprirem com as regras de higiene, como a lavagem de mãos antes das refeições e depois da utilização de instalações sanitárias.
Na base do surgimento deste surto, Isaac Cassange disse que está o problema de acesso à água potável, além da falta de saneamento básico.
No Cunene, a província angolana mais atingida pelo surto de cólera, com um total cumulativo de 3.847 casos, dos 6.017 registados de dezembro de 2012 até à presente data, foram notificados 96 casos na última semana, sem mortes registadas.
Comparativamente à semana passada houve uma redução significativa no número de casos naquela província do sul de Angola, onde na 48ª semana epidemiológica se verificaram 428 casos de cólera.
A situação vigente no Cunene levou hoje o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em Angola, Francisco Songane, a deslocar-se ao município de Ombandja, um dos principais atingidos pela epidemia.
Francisco Songane vai visitar centros de tratamento da cólera, estando prevista deslocações às localidades do Tchiulo, Mucope e Maengue.
Do total de 195 mortes por cólera, o Cunene contribui com 133 óbitos, seguido da província da Huíla, a segunda mais afetada pelo surto de cólera a persistir desde finais de dezembro de 2012.