segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

MOÇAMBIQUE: DHLAKAMA REJEITA QUE RENAMO ESTEJA A MATAR CIVIS

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, que desde outubro está em parte incerta "mas em Moçambique", disse hoje à Lusa que os seus homens se limitam a responder aos ataques do exército, rejeitando responsabilidade na morte de civis.
Dhlakama rejeita que Renamo esteja a matar civis

"A Renamo não está a matar civis", disse, o líder do maior partido da oposição em Moçambique, falando por telefone, e garantindo estar a "poucos metros" da base de Sandjudjira, de onde foi expulso em outubro pelo exército.
"Aqui, onde eu estou a falar, a 200 metros estão civis, vizinhos da minha casa. Não faz sentido mandar um grupo a partir da Gorongosa a matar civis a 300 ou 500 quilómetros de cá", acrescentou Dhlakama.
Desde abril, quando ocorreram os primeiros confrontos entre o exército e homens armados da Renamo, que se registam ataques quase diários, com mortes entre os beligerantes, mas vitimando também a população civil.
Naquela zona do centro de Moçambique, um troço da Estada Nacional 1 com cerca de 200 quilómetros, que tem sofrido intensos ataques, está desde abril cortado ao trânsito, que apenas circula integrado em coluna militar
"O quer está a acontecer é que aquilo ali é uma estrada por onde passa toda a logística pesada, inclusive armas pesadas e canhões, a maioria dos efetivos militares, para virem matar e acabar com a Renamo, aqui na Gorongosa", disse Afonso Dhlakama, que justificou os ataques às colunas como estratégia para conter a "logística do adversário".
"Antes do ataque, em abril deste ano, nunca a Renamo mandou um grupo para atacar colunas militares no rio Save. Isto justifica-se só depois de a Frelimo ter mandado atacar" e o objetivo é "diminuir a intensidade do adversário", disse.
Afonso Dhlakama acusou o governo de Maputo de o ter querido matar, durante o ataque de 21 de outubro e de ter tentado fazer o mesmo ao seu pai, quando um grupo de militares revistou a casa do ancião, em Mangunde, a cerca de 300 quilómetros de Sandjudjira.
"Sinto-me perseguido, porque desde o dia 21 de outubro para cá nunca cessaram, sempre vêm, de Tete, de Pemba, do sul, com carros blindados e prosseguem operações. Isto é perseguição, porque se queriam matar-me e falharam, já teriam retirado", defendeu.