O Secretário de Estado das Comunidades e da Cooperação Internacional, Idelfrides Manuel Gomes Fernandes, detido na sexta-feira, foi posto em liberdade mediante a medida de apresentação periódica no tribunal e o pagamento de uma caução monetária, disse hoje à Lusa fonte ligada ao processo.
Fernandes, que é acusado de venda de passaportes do país a cidadãos chineses, foi posto em liberdade no sábado, mas a partir de agora terá que se apresentar quinzenalmente ao tribunal e ainda depositar 10 milhões de francos CFA na justiça.
Segundo a fonte ligada ao processo, Idelfrides Fernandes tem 10 dias para entregar ao tribunal essa quantia sob pena de lhe ser aplicada “outra medida agravada”.
O Ministério Público “considera não haver risco de fuga ou de perturbação às investigações”, pelo que decidiu-se pela libertação de Fernandes, que esteve detido durante cerca de 18 horas, nas instalações da Policia Judiciaria em Bissau, observou ainda a fonte.
Confrontado com as informações que dão conta de que o governante teria sido restituído a liberdade na sequência de “pressões políticas”, a fonte garantiu à Lusa que “todo processo de audição e inquéritos decorre sem pressão alguma”.
Idelfrides Fernandes esteve hoje na vara-crime do Ministério Público para tomar conhecimento formal das medidas de coacção que lhe foram impostas pelo magistrado titular do processo.
Contactado pela Lusa, o advogado do secretário de Estado das Comunidades guineenses disse que prefere não tecer nenhum comentário nesta fase do processo.
Idelfrides Fernandes é indiciado como autor de um esquema de venda de passaportes guineenses a cidadãos chineses, factos que remontam ao período em que a Guiné-Bissau foi dirigida por um governo de transição (2012 a 2014).
Tal como agora, Fernandes era secretário de Estado das Comunidades, afeto ao Ministério dos Negócios Estrangeiros.
A polícia guineense intercetou, no aeroporto de Bissau, vários cidadãos chineses na posse de passaportes de serviço ou diplomáticos, alegadamente emitidos por Idelfrides Fernandes.